Milhões de pessoas na Espanha e na França recuperaram parcialmente a liberdade de circulação nesta segunda-feira (11) com o fim das restrições impostas contra a pandemia de coronavírus, mas temores de uma segunda onda prevalecem na Europa e nos Estados Unidos, onde o vírus afeta diretamente a Casa Branca.
A porta-voz do vice-presidente Mike Pence e um militar a serviço de Donald Trump foram diagnosticados com covid-19. O presidente americano afirmou que está avaliando limitar contato com Pence. Os EUA é o país mais afetado pela pandemia, com mais de 80 mil vítimas fatias e podendo chegar a 100 mil no início de junho, de acordo com previsões epidemiológicos.
Em Paris, nos horários de pico desta segunda-feira, o metrô estava quase tão cheio quanto antes do confinamento. À noite, a polícia dispersou uma multidão comemorando, muitos com garrafas na mãos, o fim do confinamento nas margens de um canal.
Na França, onde mais de 26,6 mil pessoas morreram, as autoridades também alertaram que uma "reconfiguração de emergência" é possível, se necessário.
— Graças a você, o vírus regrediu. Mas ainda está lá. Salve vidas, tome cuidado — disse o presidente Emmanuel Macron.
Na Espanha, um dos países mais afetados com 26,7 mil mortes, os riscos ainda persistem e algumas cidades, como Madri e Barcelona, permanecem sob restrições.
O desconfinamento é possível pelo fato de a pandemia ter diminuído um pouco, como na Itália, onde o número de pessoas em terapia intensiva caiu abaixo de 1 mil pela primeira vez desde 10 de março.
Diante das flexibilizações das medidas de distanciamento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a pedir "vigilância extrema" para levantar as restrições.
— Se a doença persistir em um nível baixo nos países que não têm capacidade de estudar os focos, identificá-los, existe o risco de a doença reaparecer", alertou o chefe de emergências de saúde da OMS, Michael Ryan.
A Coreia do Sul, onde a epidemia também estava sob controle, registrou 35 novos casos nesta segunda-feira, o número mais alto em mais de um mês devido ao aparecimento de um surto em um bairro de vida noturna em Seul.
O medo de uma segunda onda foi alimentado depois que a China notificou cinco novos casos de coronavírus em Wuhan, origem da pandemia, um dia depois de anunciar a primeira nova infecção em mais de um mês nesta cidade.
No Reino Unido, que tem 32.065 mortos, o primeiro-ministro Boris Johnson foi alvo de duros ataques da oposição e dos sindicatos devido ao plano de desconfinamento anunciado no domingo, que eles descreveram "contraditório" e perigosamente "confuso".