Novas regiões da Espanha iniciaram nesta segunda-feira (18) seu desconfinamento, o que já é uma realidade para 70% dos espanhóis. Contudo, Madri e Barcelona, as áreas mais atingidas pelo coronavírus, estão atualmente excluídas desse processo.
Em Madri, o executivo regional mostrou irritação com a decisão do governo central de manter o confinamento na capital, onde centenas de pessoas se manifestaram no fim de semana em vários bairros para exigir a renúncia do primeiro-ministro Pedro Sánchez. Os protestos, convocados nas redes sociais e apoiados por partidos de direita, também se espalharam para outras cidades do país.
O secretário de Saúde da região de Madri, Enrique Ruiz Escudero, defendeu na rádio pública RNE que Madri está pronta para começar a desescalada do confinamento.
— Na verdade, não entendemos a decisão de não ter passado (de fase) — disse.
O governo de Pedro Sánchez avalia que Madri, a região mais afetada pela pandemia de coronavírus com um terço dos casos e mortes, ainda não garantiu que possui os meios necessários para enfrentar um eventual surto de covid-19. Como Madri, grande parte da região vizinha de Castilla y León e Barcelona, capital da Catalunha (nordeste), não passou para a fase 1 do desconfinamento, que permite, entre outras coisas, a abertura de terraços para bares e restaurantes e reuniões de no máximo 10 pessoas.
Para limitar o impacto econômico, o governo relaxou as condições dessas áreas ainda na "fase 0" e permite que pequenas empresas atendam aos clientes sem hora marcada a partir desta segunda-feira.
— Acho coerente ir pouco a pouco, é preciso ter cautela — disse Manuel Moreno, 40 anos, trabalhador em um lar de idosos. — A economia precisa ser reativada, mas se as pessoas vissem o que passamos, não seriam tão egoístas — disse.
Novas áreas do país, como Granada e Málaga, em Andaluzia (sul), Toledo (centro) e Valência (leste) entraram nesta segunda-feira na fase 1 do desconfinamento. Atualmente, 70% dos espanhóis iniciaram o desconfinamento progressivo em três fases que o governo planeja encerrar no final de junho.
A Espanha é um dos países mais afetados pelo coronavírus, com mais de 27,6 mil mortes e 231 mil casos relatados, segundo o último balanço do Ministério da Saúde divulgado no domingo (17).