A Espanha começou a controlar, nesta sexta-feira (15), a chegada de pessoas do Exterior nos aeroportos, verificando a temperatura e colocando-as em uma quarentena de 14 dias para evitar nova onda de coronavírus.
Para evitar "inconsistências" nesse processo e possíveis surtos, as autoridades impuseram 14 dias de quarentena nesta sexta (15) aos passageiros que chegarem do Exterior. Eles poderão sair às ruas somente com uma máscara e para atividades essenciais. Além disso, o governo autorizou cinco aeroportos de entrada para viajantes internacionais (Madri, Barcelona, Maiorca, Gran Canária e Málaga) e oito portos.
Imagens divulgadas pelo governo espanhol mostraram como os controles de temperatura estão sendo realizados em viajantes no aeroporto de Madri-Barajas. Todos devem preencher um formulário. Segundo o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, as autoridades perguntam aos passageiros "onde eles estarão, seja residindo, seja hospedados (...) e um número de contato para que possam ser localizados".
Hoje, o Ministério também estendeu até 15 de junho a proibição de entrada no território espanhol de todos os estrangeiros que não se dirijam para seu lugar de residência habitual, à exceção de trabalhadores transfronteiriços, pessoal de saúde e diplomático, ou transportadores.
A remissão da epidemia no país permite que cerca de metade dos 47 milhões de espanhóis desfrute de um confinamento mais relaxado desde a última segunda-feira (11), com terraços abertos e reuniões familiares permitidas.
A flexibilização do confinamento poderá ser expandida para outras regiões, nesta sexta (15), pelo Ministério da Saúde. Entre as áreas ainda confinadas estão as duas cidades mais importantes do país, Madri e Barcelona, cujos respectivos governos regionais exigiram a suspensão de algumas restrições.
O número de mortes por coronavírus chega a 27.459 no país, com mais de 230 mil casos diagnosticados oficialmente. Do total de novos óbitos, 64% ocorreram nas regiões de Madri e da Catalunha, onde fica Barcelona. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas foram registradas 138 novas mortes, um dos números mais baixos em semanas.
— O risco de ressurgimento existe e (em algumas partes do território) é muito importante — alertou o diretor de Emergências de Saúde, Fernando Simón.
Um dos países mais atingidos pela covid-19, a Espanha aplicou desde meados de março um dos mais rígidos confinamentos da Europa. A medida será suspensa de forma cautelosa e por fases até o final de junho, período em que as viagens inter-regionais estarão proibidas.