Um cantor de música folk e um ex-primeiro-ministro de esquerda disputarão a presidência da Croácia com a atual líder conservadora no próximo domingo, em eleições consideradas muito difíceis.
A Croácia, que em 2020 assumirá a presidência rotativa da União Europeia, é um paraíso para os turistas, mas não para seus habitantes, que continuam emigrando em massa em busca de uma vida melhor em outras partes da Europa, fugindo da corrupção.
A presidência é acima de tudo honorária e a atual presidente, Kolinda Gravar-Kitarovic, é um símbolo do status quo.
Aos 51 anos, ela está no cargo desde 2015 e tem o apoio da formação de centro-direita HDZ, que dominou a política croata quase ininterruptamente desde a independência do país, em 1991.
Agora, tem que enfrentar os dois lados em uma eleição cujo resultado não será conhecido, provavelmente, até a realização de um segundo turno, em 5 de janeiro.
Cerca de 3,8 milhões de eleitores estão convocados para as urnas.
Grabar-Kitarovic, a primeira mulher presidente da Croácia, começou sua campanha com uma vantagem confortável nas pesquisas.
Uma pesquisa recente da agência Ipsos concede a ela 27% dos votos, três ou quatro pontos acima de seus rivais.
Segundo analistas, uma derrota de Grabar-Kitarovic complicaria as opções do HDZ e do primeiro-ministro Andrej Plenkovic, moderado, nas legislativas previstas para o outono (na Europa) de 2020.
Seus dois principais rivais são um ex-primeiro-ministro social-democrata, Zoran Milanovic, e Miroslav Skoro, um cantor e empresário de 57 anos que se apresenta como independente.
O cantor, que ganhou popularidade nos anos 1990 com músicas folk de tons patrióticos, quer convencer a ala mais nacionalista do HDZ e atrair aqueles que acreditam que o partido se tornou moderado demais.
Defende um destacamento do exército na fronteira para impedir a entrada de migrantes no país. Também prometeu que perdoaria um homem condenado por crimes de guerra contra civis durante o conflito de 1991-1995.
Por sua parte, Zoran Milanovic (53 anos) conta com a divisão da ala conservadora para ganhar vantagem. Prometeu fazer da Croácia país com uma justiça independente e que respeite as minorias.
Foi chefe de governo de 2011 a 2016, e teve um mandato decepcionante porque não conseguiu encerrar o clientelismo predominante nem desenvolver a economia nacional.
* AFP