O Paquistão iniciou nesta sexta-feira o processo de sepultamento das vítimas do incêndio em um trem de passageiros que matou 74 pessoas na véspera, enquanto muitas famílias, desesperadas, procuram notícias de parentes desaparecidos.
O incêndio aconteceu na quinta-feira quando o trem passava pela província de Punjab, região central do país. As autoridades afirmaram que as chamas começaram após a explosão acidental de um botijão de gás usado pelos passageiros para aquecer refeições.
Muitas vítimas são peregrinos do sul do país que seguiam para um evento religioso na região de Lahore. Três vagões lotados ficaram carbonizados. Diversos passageiros pularam do trem em velocidade e ficaram gravemente feridos.
Muitos corpos não foram identificados. A localidade de Mirpurkhas, sul do Paquistão, está particularmente de luto. No trem viajavam 74 moradores da cidade: oito morreram, mais de 20 ficaram feridos e mais de 40 são considerados desaparecidos.
As famílias das vítimas passaram a noite aguardando a liberação dos primeiros corpos e notícias sobre os desaparecidos.
"No vagão 12 viajavam os moradores de Mirpurkhas. Foi o mais afetado pelo fogo. Nunca vivemos algo tão trágico na cidade", lamentou Attaullah Shah, vice-prefeito da cidade
"Há corpos que só poderão ser identificados com exames de DNA. O processo levará semanas", completou.
O primeiro enterro em Mirpurkhas foi o de um mecânico de 40 anos, sepultado após a oração do meio-dia em uma mesquita cujo imã também viajava no trem e está desaparecido.
O ministro para o sistema ferroviário, Rashid Ahmed, admitiu na quinta-feira que foi "um erro não impedir que os peregrinos entrassem no trem com botijões de gás".
"Não voltará a acontecer", disse.
* AFP