O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira o início de uma nova operação militar na Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG) apoiada por países ocidentais.
"As forças armadas turcas e o Exército Nacional da Síria (rebeldes sírios apoiados por Ancara) iniciaram a 'Operação Fonte de Paz' no norte da Síria", disse Erdogan no Twitter.
Mais cedo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu a Erdogan que refletisse antes antes de iniciar qualquer ofensiva na Síria, informou o Kremlin em comunicado.
"Putin pediu às autoridades turcas para refletir sobre a situação e não impedir que esforços comuns para resolver a crise síria fossem afetados", disse o comunicado, após uma conversa telefônica entre os dois presidentes.
Na conversa, Erdogan afirmou que a ofensiva turca contra uma milícia síria curda trará "paz e estabilidade" à Síria.
"O presidente declarou que a operação militar planejada no leste do rio Eufrates contribuirá para a paz e a estabilidade na Síria e abrirá o caminho para uma solução pacífica", disse uma fonte da presidência turca.
A Turquia considera as milícias curdas YPG um grupo terrorista, embora recebam o apoio de grande parte da comunidade internacional.
Ancara diz que seu objetivo será criar uma "zona de segurança", destinada a receber refugiados sírios na Turquia e separar a fronteira da Turquia das posições da YPG.
Vários países demonstram preocupação com as conseqüências humanitárias dessa ofensiva.
O presidente americano, Donald Trump, que inicialmente deu luz verde a esta operação, voltou atrás mais tarde e garantiu que Washington "não abandonou os curdos".
A Rússia e a Turquia, apesar de apoiarem lados opostos na Síria, aumentaram sua cooperação nos últimos anos.
No entanto, na terça-feira, Moscou pediu para evitar ações que possam ser contraproducentes para uma possível resolução do conflito, no momento em que um conselho constitucional foi formado na Síria.
Nesta quarta-feira, o porta-voz de Erdogan se encontrou com o conselheiro de segurança nacional de Trump, Robert O'Brien.
"Vamos informar a ONU e todos os países envolvidos, incluindo a Síria", sobre o desenvolvimento desta operação, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Cavusoglu, segundo a agência de imprensa Anatólia.
* AFP