Depois de 15 anos, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta terça-feira (15) o fim da sua missão de paz no Haiti. Em seu lugar, será instalada uma missão com atribuições políticas, o Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti (Binuh).
Mas o momento não é de tranquilidade: o país continua enfrentando protestos violentos contra o governo. Pelo menos 17 pessoas já morreram e 189 ficaram feridas nos confrontos, segundo a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos.
Escolas e comércios têm sido fechados em manifestações que tomam as ruas da capital haitiana para pedir a renúncia do presidente Jovenel Moise. Eles reclamam de corrupção, de escassez de gasolina e das condições econômicas - o Haiti é o país mais pobre das Américas.
Num protesto recente, milhares marcharam em direção ao escritório da ONU para pedir que a organização deixe de apoiar Moise. Na terça, em uma coletiva de imprensa, o presidente haitiano disse que está tomando medidas para acabar com a corrupção no país.
Acusado de não ter feito aparições públicas durante a crise, ele prometeu falar à nação mais vezes.
Missões anteriores
Em 2004, a ONU enviou milhares de soldados e policiais para tentar restabelecer a ordem no país, que vivia uma onda de violência entre partidários e opositores do presidente Jean-Bertrand Aristide.
A chamada Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah) durou até 2017, sempre com o comando militar brasileiro.
Quando terminou, ela foi substituída por uma missão menor, a Missão das Nações Unidas para o Apoio à Justiça no Haiti (Minujusth). Sem componente militar e com contingente de cerca de 1,2 mil policiais e civis, tinha como objetivo treinar e reforçar o sistema judiciário.