O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu novamente nesta quarta-feira (11) intensificar a luta contra o Talibã. A data marca os 18 anos dos ataques de 11 de Setembro que levaram os Estados Unidos a uma guerra no Afeganistão.
As palavras de Trump chegam apenas alguns dias após o cancelamento de uma cúpula com o Talibã, que seria histórica. Também foram pronunciadas durante uma cerimônia em que os parentes das quase 3 mil vítimas dos ataques em Nova York, Washington e Pensilvânia recordaram seus entes queridos.
— Nos últimos quatro dias, as forças americanas atingiram nosso inimigo com mais força do que jamais foram atingidos antes, e isso continuará — afirmou Trump, acrescentando, sem entrar em detalhes, que ataques foram ordenados em retaliação pela morte de um soldado norte-americano na semana passada.
Ele também alertou sobre as consequências de realizarem um novo ataque nos Estados Unidos.
— Se, por algum motivo, eles retornarem ao nosso país, iremos aonde estiverem e usaremos um poder como os Estados Unidos nunca usaram antes — enfatizou. — E eu nem falo sobre energia nuclear. Eles nunca viram nada parecido com o que acontecerá com eles — ameaçou ainda.
As declarações também ocorrem no momento em que a Al-Qaeda, que realizou os ataques, divulgou um vídeo convocando que sejam cometidos atentados contra interesses de Estados Unidos, Europa, Rússia e Israel. O líder do grupo, Ayman al-Zawahiri, aparece no vídeo do Site Intelligence Group, que monitora mensagens extremistas on-line.
No sábado, Trump surpreendeu o mundo ao anunciar no Twitter que quase se encontrou no domingo, na residência presidencial de Camp David, com líderes dos talibãs. O anúncio, alguns dias antes do 18º aniversário dos ataques dos 11 de Setembro, recebeu várias críticas.
Nome por nome
Pela manhã, Nova York recordou os mortos do 11 de Setembro em uma cerimônia solene no Marco Zero, onde os aviões sequestrados pela rede Al-Qaeda derrubaram as Torres Gêmeas 18 anos atrás. Parentes das vítimas, policiais, bombeiros e líderes da cidade se reuniram no Memorial Nacional do 11 de Setembro para marcar o 18º aniversário do ataque mais mortal ocorrido em solo norte-americano.
Eles mantiveram momentos de silêncio às 8h46min e 9h03min locais, os horários precisos em que os aviões de passageiros atingiram as Torres Norte e Sul. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, o prefeito, Bill de Blasio, e seus antecessores, Michael Bloomberg e Rudy Giuliani, estavam entre os que compareceram à cerimônia.
O ato se tornou uma tradição anual, principalmente com os parentes lendo a longa lista de mortos, dizendo algumas palavras sobre os que morreram. A cerimônia dura cerca de quatro horas.
— Nós amamos vocês, sentimos sua falta e vocês sempre serão os heróis da América — afirmou uma mulher, depois de ler os nomes de seu irmão e primo mortos na tragédia.
Parentes se abraçaram e se consolaram e deixaram rosas no memorial. Alguns seguravam cartazes com imagens do familiares mortos pelos extremistas. Gaitas de fole foram tocadas quando policiais entraram na cerimônia carregando a bandeira dos Estados Unidos e, em seguida, o hino nacional foi entoado.
Donald Trump e a primeira-dama, Melania Trump, receberam famílias e sobreviventes das vítimas na Casa Branca, onde também marcaram o aniversário com um momento de silêncio.
Homens da rede Al-Qaeda sequestraram um total de quatro aviões. Dois atingiram as Torres Gêmeas, que acabaram desabando. O terceiro foi jogado contra o prédio do Pentágono, e o quarto, que ficou conhecido como voo 93, caiu em um campo aberto em Shanksville, na Pensilvânia, aparentemente derrubado pelos próprios passageiros que resistiram aos extremistas a bordo. O quarto avião teoricamente se dirigia para a Casa Branca.
Além dos mortos no 11 de Setembro, milhares de bombeiros, policiais, socorristas, trabalhadores da construção civil e moradores das vizinhanças desenvolveram doenças, muitas das quais terminais, como resultado da inalação de vapores tóxicos.
Um censo do "WTC Health Program", um programa federal de saúde voltado para os sobreviventes dos atentados, registrou que pelo menos 10 mil pessoas desenvolveram câncer.