A lenda do rock, Mick Jagger, encerrou neste sábado (7) sua participação no Festival de Cinema de Veneza com um ataque contra o presidente americano Donald Trump, a quem criticou por ter levantado os controles ambientais nos Estados Unidos.
— Estou com os jovens que protestam contra as mudanças climáticas — afirmou o músico em uma entrevista coletiva para apresentar o filme fora da competição "The burnt Orange heresy" (A heresia da laranja queimada, em tradução livre), dirigido pelo italiano Giuseppe Capotondi, no qual trabalha como ator.
A declaração de Jagger coincidiu com a ocupação do tapete vermelho em frente ao Palácio do Cinema. Centenas de jovens chamam a atenção para as mudanças climáticas e protestam contra os danos causados pela presença em massa de cruzeiros nos canais de Veneza.
— Estou feliz que protestem, eles herdarão o planeta — comentou Jagger, que considera que os Estados Unidos "perderam seu papel de líder mundial no controle do meio ambiente e estão seguindo em outra direção", acrescentou.
O coprotagonista do filme, Donald Sutherland, repercutiu seu pedido de protesto e pediu às pessoas que saiam às ruas e não votem em pessoas como Trump ou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
— Mick tem razão, os controles (nos Estados Unidos) de Barack Obama eram pouco adequados, mas agora estão sendo destruídos. O mesmo acontece no Brasil e o mesmo acontece na Inglaterra após o Brexit — alertou.
— Quando eles tiverem 85 anos e possuírem filhos e netos, não terão nada se não deixarem de votar nessas pessoas no Brasil, em Londres e Washington — acrescentou.
— Estão garantindo a ruína do mundo, algo para o qual todos temos contribuído — lamentou Sutherland.
Jagger e Sutherland não foram os únicos artistas a falar de política em Veneza. O britânico Roger Waters, membro fundador da lendária banda Pink Floyd, também criticou veementemente o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Trump, o ex-ministro do Interior italiano Matteo Salvini e Bolsonaro.
— Eles estão obstinados a destruir este belo planeta — disse ele durante coletiva, antes de apresentar seu documentário "Us + Them".
— Vamos resistir às forças neoliberais e neofascistas — afirmou ainda, e referiu-se aos "porcos" que governam o mundo.