Donald Trump declarou neste domingo (25) que a guerra comercial com a China não causa tensão na cúpula do G7, apesar das preocupações expressadas por vários outros líderes. O presidente dos Estados Unidos também afirmou em Biarritz (sudoeste da França) que não pretende tomar outras medidas contra Pequim neste momento.
— Eu acho que eles respeitam a guerra comercial. Ela deveria acontecer — disse Trump a repórteres antes de uma reunião com outros líderes do G7, incluindo Emmanuel Macron, da França, Angela Merkel, da Alemanha, e Shinzo Abe, do Japão.
Questionado sobre possíveis críticas de seus colegas sobre o assunto, ele insistiu:
— Não, de forma alguma. Eu não ouvi isso.
Muitos líderes expressaram preocupações sobre o impacto negativo desse conflito comercial sobre a economia global e os mercados. Como o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que declarou claramente a Donald Trump que é "a favor de uma paz comercial" e que "não gosta de impostos alfandegários".
Os mercados financeiros caíram após o anúncio de taxas adicionais norte-americanas sobre um total de US$ 550 bilhões em importações chinesas, em resposta a um novo aumento das tarifas chinesas.
Trump não tem certeza dos próximos passos
O presidente norte-americano admitiu ter algumas dúvidas sobre a conveniência de intensificar a guerra comercial. Ele apontou que se absteria, no momento, de declarar um estado de emergência nacional que permitiria, segundo ele, ordenar que as empresas norte-americanas deixem a China.
— Eu tenho o direito, se eu quiser. Posso declarar estado de emergência nacional. Mas não tenho essa intenção por enquanto — disse ele.
Estamos perdendo um total de cerca de US$ 1 trilhão por ano. E, sob muitos aspectos, é uma emergência
DONALD TRUMP
Presidente dos Estados Unidos defendendo suas medidas comerciais
Em contrapartida, o republicano garantiu que está "muito perto" de concluir um "grande" acordo comercial com o Japão. Washington e Tóquio "trabalham nesse acordo há cinco meses", disse, antes de se reunir com Boris Johnson.
Na sexta-feira, Donald Trump ameaçou Pequim com medidas drásticas, tuitando que "as empresas americanas têm ordens para começar imediatamente a procurar uma alternativa à China".
Apesar dos comentários mais sutis neste domingo, Trump defendeu a estratégia em relação à China, a quem ele acusa de "roubo de propriedade intelectual da ordem de US$ 300 bilhões a US$ 500 bilhões por ano".
— Estamos perdendo um total de cerca de US$ 1 trilhão por ano. E, sob muitos aspectos, é uma emergência — disse ele.
Como vem dizendo há meses, o presidente norte-americano reafirmou que a China acabará cedendo às demandas e mudando a relação comercial com os Estados Unidos.
— Estamos em discussões, eles querem um acordo tanto quanto nós — assegurou.