SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A polícia de Nova York pediu desculpas nesta quinta-feira (6) pelo episódio ocorrido no bar gay Stonewall em 1969, caso que ficou marcado como um ponto de inflexão na luta moderna pelos direitos dos homossexuais.
O comissário James P. O'Neil disse que lamentava o confronto dos policiais com homens gays do lado de fora do clube, localizado no bairro novaiorquino de Greenwich Village. Segundo ele, a ação da polícia foi "errada".
"Seria irresponsável passar pelo Mês do Orgulho [gay] e não falar dos eventos em Stonewall Inn em junho de 1969. Sei que o que aconteceu não deveria ter acontecido. As ações do Departamento de Polícia de Nova York foram erradas, pura e simplesmente", disse, durante uma reunião na sede da polícia.
"As atitudes e as leis eram discriminatórias e opressivas e, por isto, eu peço desculpas", completou. Sua fala foi recebida com aplausos do auditório.
O'Neil afirmou em seguida que esse tipo de ação jamais aconteceria com a polícia novaiorquina de 2019, que aceita todos os públicos.
Em 28 de junho de 1969, nove policiais invadiram o bar localizado na rua Christopher com o pretexto de que os proprietários vendiam bebida alcoólica sem licença.
Os clientes do lugar -gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros-, foram forçados a sair e desafiaram a polícia, jogando pedras e garrafas. Os nove policiais que haviam invadido o bar ficaram refugiados lá dentro, enquanto cerca de 400 pessoas se rebelavam do lado de fora. Os protestos se estenderam por cinco dias, e foi colocado fogo no bar.
Historiadores entendem a revolta como uma manifestação espontânea da comunidade LGBT contra o assédio constante da polícia e a discriminação sofrida por minorias sexuais.