O ativista de Hong Kong Joshua Wong saiu da prisão nesta segunda-feira (17) após quase cinco semanas, prometendo participar das manifestações que pedem a renúncia de Carrie Lam, líder pró-Pequim. Wong havia sido preso em maio como consequência da sua participação em protestos em 2014.
— Vou me juntar à luta contra esta lei — disse Wong.
— Acredito que chegou a hora para Carrie Lam, a mentirosa, deixar o governo — afirmou.
Wong foi solto logo após protestos que levaram milhares de manifestantes às ruas de Hong Kong no domingo (16) que pediam a renúncia da chefe executiva Carrie Lam.
Eles pressionam Carrie para que seja definitiva a retirada de uma polêmica proposta de lei de extradição, que já havia sido adiada.
As mudanças previstas no projeto de lei simplificaria o processo de extradição de suspeitos procurados para a China.
Críticos afirmam, porém, que a lei permitira Pequim atacar dissidentes, fazendo com que habitantes de Hong Kong fiquem sujeitos a julgamentos politizados na China.
Lam pediu, no domingo (16), desculpas à população pela forma como tentou aprovar o projeto. Em nota, ela admitiu que as deficiências de seu governo levaram a conflitos e disputas que desapontaram e angustiaram a população.
Wong foi um dos principais rostos do movimento de desobediência civil que levou centenas de milhares de pessoas às ruas pedindo eleições livres em 2014, conhecido como "Movimento dos Guarda-Chuvas". Pequim não deixou a alteração passar.
Embora oficialmente Hong Kong pertença à China, a região possui um sistema legal próprio e certa autonomia política em relação a Pequim, em um arranjo conhecido como "um país, dois sistemas".