Com o registro de 11 mortes até o momento, a atual temporada de escaladas no Everest entra para a lista das mais mortais. Esse é o maior número de óbitos desde 2015, quando 22 pessoas perderam a vida tentando chegar ao ponto mais alto do mundo. Naquele ano, um terremoto de grandes proporções atingiu o Nepal. Em razão do sismo, uma avalanche atingiu um acampamento na montanha.
Um ano antes, em 2014, 16 sherpas — nativos da região e especialistas que ajudam os alpinistas — morreram em meio a uma avalanche. Já no ano passado, foram cinco o número de mortos.
A última morte registrada nesta temporada é a do americano Christopher John Kulish, 61 anos. Kulish chegou ao topo da montanha, de 8.848 metros, e retornou na segunda-feira ao acampamento base mais elevado do Everest. Ele sofreu um ataque cardíaco e não resistiu.
Neste ano, o congestionamento na montanha é apontado como uma das principais explicações para o elevado número de mortes. Pelo menos quatro óbitos registrados nesta temporada são atribuídos aos engarrafamentos na chamada "zona da morte".
Essas paradas forçadas aumentam os riscos de congelamento, exaustão e de doença de altitude, causadas pela falta de oxigênio.
Recorde de registros
Cada pessoa que pretende subir o Everest precisa de um registro. O governo do Nepal concedeu 381 autorizações para a temporada de primavera deste ano — o número seria um recorde, segundo o The Guardian.
Cada licença custa US$ 11 mil. A China concedeu cerca de 140. Cada titular de uma licença é acompanhado por, pelo menos, uma guia, o que explica os engarrafamentos nas alturas.
O número total de pessoas que chegaram ao cume nesta temporada não é conhecido, mas poderia ultrapassar o recorde de 807 alpinistas, estabelecido no ano passado.
No entanto, de acordo com o The New York Times, autoridades nepalesas disseram, nesta quarta-feira (29), que consideram mudar as regras sobre a permissão para subir o Everest após as 11 mortes nesta temporada. Funcionários do governo indicaram que estão analisando o que ocorreu nesta temporada e podem discutir a exigência de provas de experiência em montanhismo e um certificado de boa saúde.