Joe Biden, que surge como um dos favoritos para a indicação democrata à presidência nas eleições de 2020, foi acusado nesta sexta-feira de conduta imprópria por uma ex-legisladora de Nevada, que afirma que o então vice-presidente a agarrou em um evento de campanha em 2014.
Lucy Flores, indicada pelos democratas para vice-governadora de Nevada em 2014, revelou que estava junto ao palco esperando para discursar em um comício quando Biden colocou as mãos em seus ombros por trás, a agarrou e "deu um forte beijo lentamente na parte de trás da minha cabeça".
"Fiquei com muita vergonha", contou Flores, 39 anos, à revista New York.
"Meu cérebro não podia processar o que estava acontecendo. Fiquei com vergonha, chocada, embaraçada (...). Só queria ele longe de mim".
Biden, 76 anos, deve anunciar sua entrada na corrida pela indicação democrata à Casa Branca já em abril.
Bill Russo, porta-voz de Biden, declarou nesta sexta que o democrata ficou "encantado" com o apoio à candidatura de Flores, mas não se recorda do incidente.
"Na ocasião ou nos anos posteriores, Biden e o pessoal que estava com ele naquele momento jamais tiveram a menor ideia de que a senhora Flores havia ficado incomodada e também não recordam o que ela descreve", disse Russo.
Biden "acredita que a senhora Flores tem o direito de compartilhar suas recordações e pensamentos, e que é uma mudança positiva em nossa sociedade que tenha a oportunidade de fazê-lo".
O jeito excessivamente íntimo de Biden com as mulheres tem sido tema de debate há anos. Ele é conhecido por tocar as mulheres sem formalidade, incluindo esposas e filhas de políticos, em cerimônias de posse.
Em 2015, foi interpelado por massagear as costas da mulher do então secretário de Defesa, Ash Carter.
O comportamento de Biden volta a chamar a atenção na era do #MeToo, o movimento contra o assédio e o abuso sexual que já provocou a queda de dezenas de políticos, artistas e empresários.
Em um jantar do Partido Democrata em Delaware este mês, Biden admitiu que seu estilo pode gerar questionamentos. "Sou um político tátil, sempre fui. Isto me traz problemas".
* AFP