O Parlamento da Macedônia se prepara para decidir esta semana sobre a mudança de nome do país para "República da Macedônia do Norte", o que resolveria sua disputa com a Grécia.
A mudança de nome tem sido uma verdadeira batalha envolvendo o apoio de dois terços dos 120 membros do Parlamento e quatro emendas constitucionais. Se a mudança for alcançada, a Grécia suspenderá seu veto à entrada da Macedônica na Otan e na União Europeia (UE).
A Grécia argumenta que "Macedônia" deveria se aplicar apenas à sua província do norte e não a essa região fragmentada da ex-Iugoslávia.
"Acreditamos que a votação será na sexta-feira", disse o deputado Aleksandar Kiracovski, líder do Partido Social-Democrata (SDSM) do primeiro-ministro Zoran Zaev.
"Acho que teremos a maioria de dois terços" necessária para ratificar o nome e abrir o caminho para a reconciliação com a Grécia, previu o chefe de Governo.
Os nacionalistas argumentam que mudar o nome significa se render às pressões da Grécia e convocaram um protesto para esta quarta-feira.
O presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov, de direita, se opõe à mudança de nome, mas a Constituição estipula que, se a medida passar com pelo menos dois terços dos votos, ele deve assiná-la.
- Maioria frágeis -
Embora o referendo consultivo realizado em setembro tenha apoiado a mudança com 90% dos votos, os críticos o classificaram como inválido, já que mais de dois terços se abstiveram de votar.
Enquanto a maioria dos deputados do partido VMRO-DPMNE são firmes diante da oposição à mudança, o partido estremeceu com a deserção de alguns de seus membros durante a votação em novembro e sofreu com a queda dramática de seu ex-líder, Nikola Gruevski.
O ex-primeiro-ministro Gruevski fugiu da Macedônia em novembro para escapar de uma sentença de dois anos de prisão por abuso de poder. Ele se encontra atualmente na Hungria e beneficia de asilo político.
Mas mesmo que a Macedônia aprove a mudança de nome, ainda deverá passar pelo Parlamento grego.
Zaev chegou a um acordo com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que conta com uma maioria frágil no Parlamento, com 153 deputados em um parlamento composto por 300 deputados.
Além disso, o ministro da Defesa e parceiro da coalizão, Panos Kammenos, líder de um partido menor, se opõe ao acordo e ameaçou renunciar.
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* AFP