O ano de 2018 foi o menos mortífero na Síria desde o início da guerra em março de 2011, anunciou nesta segunda-feira (31) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que contabilizou quase 20 mil mortes nos últimos doze meses.
— Em 2018, registramos o menor número anual de mortes desde o início da guerra — anunciou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que relatou 19.666 mortos, sendo 6.349 civis. Entre eles, estima-se que 1.437 eram crianças.
O ano também foi marcado pela reconquista de vários feudos jihadistas rebeldes pelo presidente Bashar al-Assad, graças ao apoio militar de seus dois aliados incondicionais, Irã e Rússia. Hoje, eles controlam cerca de dois terços da Síria, de acordo com a ONG.
O conflito sírio deixou mais de 33 mil vítimas em 2017, segundo o Observatório, enquanto 2014 continua sendo o mais mortífero, com mais de 76 mil mortos. Ao todo, os números apontam mais de 360 mil mortos nos últimos oito anos e milhões de sírios refugiados ao redor do mundo.
A guerra teve início em 2011, quando o regime de al-Assad reprimiu uma série de manifestações pacíficas exigindo reformas democráticas, em meio ao movimento social na região que ficou conhecido como Primavera Árabe. A situação se tornou mais complexa ao longo dos anos, devido à influência de outros países como os Estados Unidos, França, Irã e Rússia, que tomaram partido nos conflitos, e a ascensão do auto-intitulado Estado Islâmico.