O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarca nesta quinta-feira na Argentina como o grande protagonista da reunião de cúpula do G20, marcada pelo impacto de sua guerra comercial na economia mundial.
A reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Xinping deve dominar as atenções do evento, que acontecerá na sexta-feira e sábado, 10 anos após a criação do fórum, que reúne economias desenvolvidas e emergentes desde 2008.
Mas o possível encontro em Buenos Aires do americano com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também ganhou relevância nas últimas horas, após a crise entre Moscou e Kiev desde que navios ucranianos foram capturados por forças russas na Crimeia no domingo.
O tempo corre para que o governo dos Estados Unidos aumente novamente as tarifas de importação de produtos da China a partir de 1 de janeiro a aprofunde a "guerra comercial" que abala a economia mundial.
Analistas não acreditam que o encontro Trump-Xi acabe com as tensões entre as duas maiores economias do planeta. Mas consideram que seria um bom sinal para o futuro.
"Com o aumento previsto das tarifas de 10 a 25% em janeiro sobre 200 bilhões de dólares de importações (dos Estados Unidos) da China, esta pode ser a última oportunidade para agir. (...) Com os dois países sentindo os efeitos adversos das tarifas, há motivos para ter esperanças, ao menos de um 'cessar-fogo'", afirmou Wendy Cutler, ex-negociadora comercial americana e vice-presidente do centro de estudos Asia Society Policy Institute (ASPI) de Washington.
Ao mesmo tempo, o governo dos Estados Unidos fará um movimento comercial significativo ao assinar o novo tratado comercial com México e Canadá, que substituirá o Nafta, rejeitado por Trump após 24 anos de vigência.
Trump e Putin devem se reunir em Buenos Aires, mas o conflito entre Rússia e Ucrânia depois que a Guarda Costeira russa capturou três barcos militares ucranianos na costa de Crimeia no domingo colocou o encontro em risco.
O presidente americano ameaçou suspender o encontro previsto para sábado, mas a Rússia informou que deve acontecer porque "as duas partes precisam de modo igual da reunião", segundo o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov.
* AFP