Em sua passagem pelo Japão na terça-feira (4), o Jebi — tufão mais potente a atingir o país desde 1993 — deixou 11 mortos, mais de 600 feridos e muitos danos materiais, além de ter provocado o caos no aeroporto de Kansai, em Osaka.
O 21º tufão da temporada na Ásia, com ventos de 160 km/h em seu centro e rajadas de 220 km/h, atravessou o arquipélago a partir do sudoeste em direção ao norte, onde perdeu força até virar uma tempestade.
A região de Osaka foi a mais afetada, com numerosos prédios danificados, postes derrubados, árvores arrancadas e telhados destruídos, como na estação de Kyoto. Segundo a agência de notícias Jiji, cinco mortes ocorreram na região de Osaka.
O aeroporto de Kansai, situado em uma ilha artificial, ficou inundado e foi fechado com quase de 3 mil passageiros e centenas de funcionários em seu interior, depois que um petroleiro bateu na ponte que liga o local à cidade. Todas as pessoas passaram a noite nos terminais, sem energia elétrica ou ar condicionado.
— Francamente, temi pela minha vida — disse um funcionário do aeroporto.
Nesta quarta-feira (5), várias embarcações transportavam todos para o aeroporto de Kobe, situado mais a oeste, já que o aeroporto de Kansai não tem previsão de reabertura. As empresas aéreas, que suspenderam cerca de 800 voos na terça, voltaram a anular 160 nesta quarta-feira (5), segundo o canal NHK. Já o tráfego ferroviário voltava ao normal.
Quase 2,4 milhões de residências e edifícios ficaram sem energia elétrica na passagem do tufão, mas nesta quarta-feira a situação já estava normalizada em mais da metade deles. De acordo com a agência Jiji, 16 mil pessoas passaram a noite em abrigos, depois que as autoridades recomendaram que 1,2 milhão de habitantes deixassem as suas casas.
As empresa pediram aos funcionários que ficassem em casa, uma decisão que minimizou os danos, de acordo com especialistas. O tráfego nas estradas se tornou praticamente impossível com os fortes ventos do Jebi, que arrastaram os caminhões e viraram os veículos mais leves.
O Japão sofre com os tufões no verão, mas este ano foi particularmente difícil. Há um mês e meio, chuvas sem precedentes provocaram inundações e deslizamentos de terra que mataram 220 pessoas. E uma onda de calor afetou o país em julho, com 119 mortos e 49 mil pessoas hospitalizadas.