Um terremoto de 6,6 graus de magnitude sacudiu nesta quinta-feira (6) a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, deixando pelo menos nove mortos, cerca de 40 desaparecidos e 300 feridos. O fenômeno foi seguido por um abalo secundário de 5,3 graus e por outros tremores menores.
Fotos aéreas mostraram montanhas literalmente divididas em dois por deslizamentos de terra que arrancaram todas as árvores na encosta e enterraram casas inteiras. Militares das forças de autodefesa chegaram à área para participar de operações de resgate. Cerca de 25 mil soldados foram mobilizados.
O epicentro do tremor foi situado 62 quilômetros a sudeste da capital regional, Saporo, apenas dois dias após um tufão causar importantes danos na região ocidental de Osaka.
A Agência Meteorológica japonesa anunciou uma leve elevação do nível do mar nas zonas costeiras, mas não emitiu alerta de tsunami.
Os bombeiros evacuavam os demais habitantes de Atsuma de helicóptero. Oito casas desabaram, e os socorristas trabalham à procura de possíveis vítimas soterradas, segundo o Corpo de Bombeiros.
— Houve uma sacudida repentina que senti por um longo tempo, aí parou e tremeu de novo. Tenho 51 anos e nunca experimentei nada assim — declarou Kazuo Kibayashi, funcionário pública da cidade de Abira, visivelmente chocada.
Sem energia elétrica
Um contingente de 4 mil militares foi enviado à região para participar dos trabalhos de resgate, e este número deve ser ampliado para 25 mil homens, anunciou o primeiro-ministro Shinzo Abe, após uma reunião do gabinete de crise. Segundo a Hokkaido Electric Power, 2,95 milhões de residências estão sem eletricidade em consequência do tremor, que paralisou a atividade de todas as usinas da região.
O fornecimento de energia deve ser retomado de forma progressiva, informou o ministro da Indústria, Hiroshige Seko. O terremoto também perturbou os transportes ferroviários e aéreos. O aeroporto de Sapporo Chitose cancelou todos os seus voos, segundo a agência de notícias Kyodo. As autoridades alertaram para o risco de novos tremores:
— Fortes abalos secundários ocorrem geralmente nos dois, ou três, dias seguintes — disse Toshiyuki Matsumori, encarregado de vigilância de tsunamis e terremotos da agência meteorológica.
— O risco de desabamento de casas e de deslizamentos de terra pode ter aumentado nas zonas que sofreram fortes abalos. Pedimos à população que preste atenção na atividade sísmica e nas chuvas, e que evitem as zonas de risco — adverte Matsumori.
— O terremoto me acordou logo após às três da madrugada. Acendi a luz, mas a energia acabou logo depois — contou Akira Fukui, morador de Sapporo.