O grupo farmacêutico Bayer declarou, neste sábado (11), que o glifosato é "seguro e não cancerígeno", depois de o fabricante agroquímico Monsanto ter sido condenado nos Estados Unidos por não advertir sobre o perigo de seu pesticida Roundup.
"Baseando-se em provas científicas, avaliações regulamentadoras em escala mundial e em décadas de experiência prática do uso do glifosato, a Bayer estima que o glifosato é seguro e não cancerígeno", declarou à AFP um porta-voz do grupo alemão, novo proprietário da Monsanto.
Um júri de um tribunal de San Francisco condenou a Monsanto a pagar quase 290 milhões de dólares de indenização a Dewayne Johnson. Este jardineiro americano de 46 anos afirma que os produtos da Monsanto - especialmente o Roundup, usado por ele durante anos - provocaram o câncer do qual ele é vítima e que a multinacional omitiu sua periculosidade.
Em um comunicado, a empresa reagiu, anunciando que recorrerá da sentença. Também reiterou a ideia de que o glifosato, princípio ativo do Roundup, não provoca câncer e não é responsável pela doença do demandante.
Questionada pela AFP, a Bayer antecipou argumentos similares e explicou que "a sentença da Corte contradiz as conclusões científicas, segundo as quais não existe qualquer relação entre o uso do glifosato" e a doença de Dewayne Johnson.
No início de junho, a Bayer fechou a compra da Monsanto por 63 bilhões de dólares e, rapidamente, anunciou que mudaria o nome da empresa.
Classificado como "cancerígeno provável" pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2015, o glifosato é usado em vários produtos. O Roundup é o mais conhecido deles.
* AFP