Os Estados Unidos poderiam considerar sanções econômicas contra a Nicarágua, assegurou neste sábado (21) em Buenos Aires o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em meio a críticas de Washington à violenta repressão do governo de Manágua a uma onda de protestos.
"Em geral, (...) não comentamos sobre futuras sanções (...), mas é razoável pensar que é algo que poderíamos considerar", respondeu à imprensa Mnuchin antes do início das deliberações entre ministros de Economia e Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 na capital argentina.
Washington pediu ao governo de Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de 72 anos que governa há 11 anos de forma autocrática, e à opositora Aliança Cívica pela Justiça e Democracia, integrada por grupos da sociedade civil, que retomem o paralisado diálogo que começou em 16 de maio.
A oposição nicaraguense convocou para este sábado novas marchas de protesto para exigir a saída do poder de Ortega, em meio a uma crise gerada pela violenta repressão oficial das manifestações populares mediante forças antimotins e paramilitares, com um balanço de mais de 280 mortos em três meses.
Impulsionada pelos Estados Unidos, a OEA condenou na quarta-feira a repressão das manifestações contra o governo e chamou o governo de Ortega a acordar um calendário eleitoral com os seus opositores.
O embaixador americano na OEA, Carlos Trujillo, disse na sexta-feira que "todas as opções estão sobre a mesa" para fazer com que a "Nicarágua retorne à democracia", embora quando perguntado se isso incluía uma opção ele tenha respondido: "neste momento, não".
Enquanto isso, Ortega desafiou a pressão internacional: "nossas decisões não estão em Washington", mas na Nicarágua.
A oposição o acusa de formar, junto com sua esposa Rosario Murillo, um regime marcado pelo nepotismo e autoritarismo.
* AFP