A Nasa prevê lançar nesta segunda-feira seu novo telescópio espacial para buscar planetas do tamanho da Terra que podem ser suscetíveis a abrigar alguma forma de vida.
O lançamento do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) está programado para as 22H32 GMT (19H32 horário de Brasília) pelo foguete Falcon 9 da Space X de Cape Canaveral, na Flórida, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis.
Nos próximos dois anos, a missão dessa máquina de 337 milhões de dólares será escanear mais de 200.000 estrelas brilhantes além do nosso sistema solar, em busca de sinais de planetas que circulem ao redor dos astros.
Como Kepler, o primeiro telescópio do gênero lançado em 2009 pela agência espacial americana, que será substituído, o TESS utiliza o método de trânsito, que pode detectar planetas quando eles passam em frente às suas estrelas e diminuem sua iluminação de maneira momentânea. Isso permite, entre outras coisas, deduzir o tamanho, a massa e a órbita.
Segundo a Nasa, o TESS poderá descobrir 20.000 exoplanetas - ou planetas que estão fora do sistema solar - incluídos cerca de 50 do tamanho da Terra e mais de 500 duas vezes maiores do que o nosso planeta.
"Podemos inclive encontrar planetas ao redor de estrelas que podemos ver a olho nu", disse neste domingo à imprensa Elisa Quintana, cientista do TESS, no Goddard Spaceflight Center da Nasa.
Nos próximos anos "poderemos sair para caminhar e apontar para uma estrela e saber que tem um planeta", acrescentou.
A missão Kepler permitiu descobrir 2.300 novos exoplanetas confirmados por outros telescópios. O TESS, com suas quatro câmeras avançadas, escaneará uma área que é 350 vezes maior.
A etapa seguinte será para que os telescópios terrestres e espaciais observem mais de perto os planetas assim detectados.
O telescópio James Webb Space Telescope, que sucederá o Hubble, está programado para ser lançado em 2020, e deverá ser capaz de revelar mais sobre a massa dos planetas, a densidade e o aspecto de sua atmosfera.
"TESS é uma ponte entre o que aprendemos dos exoplanetas e para onde nos dirigimos no futuro", disse Jeff Volosin, diretor do projeto no Goddard Spaceflight Center da Nasa.
Volosin disse ter a "esperança de que algum dia nas próximas décadas sejamos capazes de identificar as condições potenciais da existência de vida fora do sistema solar".
* AFP