O ex-vice-diretor do FBI Andrew McCabe, que havia renunciado ao cargo em janeiro, mas que seguia empregado da Polícia Federal americana, foi demitido na sexta-feira, apenas dois dias antes de o funcionário ter acesso aos benefícios completos de sua aposentadoria.
"Andrew McCabe DESPEDIDO, um grande dia para os homens e mulheres trabalhadores do FBI - um grande dia para a democracia", tuitou o presidente Donald Trump pouco depois do anúncio da notícia.
"Ele sabia tudo sobre as mentiras e a corrupção nos mais altos níveis do FBI", acrescentou o republicano.
"Acabou o contrato de Andrew McCabe com efeito imediato", declarou Jeff Sessions em um comunicado, citando faltas profissionais do ex-vice-diretor do FBI para justificar a decisão.
McCabe era desde 2016 alvo de críticas por parte do presidente Donald Trump e de outros republicanos, que o acusavam de parcialidade a favor da oposição democrata.
A demissão a dois dias de seu 50º aniversário vai significar uma redução significativa no valor da aposentadoria de McCabe, que após o dia 18 de março receberia o valor integral.
"Esta é a realidade: estou sendo isolado e tratado desta maneira pelo papel que tive, pelas decisões que adotei e pelos fatos que presenciei após a demissão de James Comey", reagiu McCabe em um comunicado.
Ele ressaltou que a investigação "faz parte de um esforço sem precedentes da administração, dirigido pelo próprio presidente, para me afastar do cargo, destruir a minha reputação e possivelmente tirar a minha aposentadoria pela qual trabalhei por 21 anos".
McCabe dirigiu interinamente o FBI entre maio e agosto de 2017, após Trump demitir Comey e antes da nomeação do atual diretor, Christopher Wray.
O ex-vice-diretor do FBI parece ser mais uma vítima da ira de Trump com a investigação para determinar se sua equipe de campanha colaborou com os russos para influenciar os resultados da eleição presidencial de 2016.
Segundo o texto do departamento de Justiça, uma investigação interna constatou que McCabe havia divulgado informação à imprensa sem autorização e "não foi honesto em várias ocasiões" com o inspetor-geral do departamento.
Os detalhes da investigação do inspetor-geral não foram divulgados, mas teria relação com a investigação do FBI em 2016 contra a rival eleitoral de Trump, a democrata Hillary Clinton.
A demissão acontece num momento em que a Casa Branca demonstra crescente descontentamento com a investigação sobre o possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia.
* AFP