Após 17 horas de sessão ininterrupta, o Parlamento da Argentina aprovou, na manhã desta terça-feira (19), a reforma da Previdência promovida pelo governo de Maurício Macri. Uma série de protestos violentos deixou dezenas de feridos e detidos.
Os deputados argentinos passaram a madrugada tentando votar o projeto. Às 7h06min, o partido no poder, Cambiemos, conseguiu finalizar a votação com 128 votos favoráveis, 116 contrários e duas abstenções.
Milhares de pessoas foram às ruas contra a lei que modifica o cálculo das pensões de cerca de 17 milhões de beneficiários.
Entre os principais pontos da reforma está a alteração na fórmula de ajuste, que passsará a ser determinada por um composto de 70% da taxa de inflação e 30% da variação no salário médio dos trabalhadores estáveis. Os contrários à mudança dizem que haverá queda na renda dos pensionistas.
Outro ponto determina que mulheres com 60 anos e homens com 65 anos – em ambos os casos, com um mínimo de 30 anos de contribuições – podem optar por prolongar a vida ativa até os 70 anos.
Os protestos começaram na quinta-feira (14) e, à meia-noite desta terça, foi deflagrada uma greve nos transportes.
Conforme o jornal Clarín, o confronto mais violento começou por volta das 13h30min de segunda-feira (18), quando a polícia disparou balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos de água contra os manifestantes, que revidaram com pedradas.
O protesto deixou ao menos 109 feridos, entre civis e policiais, de acordo com um balanço divulgado pelo Sistema de Atenção Médica de Emergências de Buenos Aires. O jornal La Nación traz um balanço maior: 162 feridosm, entre eles, 88 policiais. O Ministério de Segurança da Cidade informou que 60 pessoas foram detidas.