Graves confrontos entre a polícia e manifestantes foram registrados em Buenos Aires, nesta segunda-feira (18), durante uma greve geral contra a reforma da Previdência proposta pelo governo argentino de Mauricio Macri. Os projetos estão sendo debatidos pelo Congresso do país.
Essa é a segunda vez que o governo tenta aprovar a lei, que também regulamenta benefícios sociais. Na quinta-feira passada, uma sessão teve que ser suspensa devido aos enfrentamentos que deixaram feridos e detidos nas redondezas do Parlamento.
A confusão durou mais de duas horas. Ativistas lançavam pedras, garrafas e rojões. Os batalhões policiais fizeram eles retroceder com gás lacrimogêneo e balas de borracha, deixando vários feridos.
A Câmara de Deputados tinha iniciado a sessão para avaliar o projeto já votado no Senado, mas teve que fazer uma pausa devido à gravidade dos confrontos.
– Se os deputados vão votar a favor porque os governos lhes dizem que, se não fizeram isso, não vão chegar fundo do Tesouro, em qualquer lugar do mundo isso se chama extorsão –afirmou um dos líderes da oposição, o chefe do bloco peronista de centro-esquerda, Agustín Rossi.
O governo assinou um pacto fiscal com 23 das 24 províncias, em sua maioria governadas por opositores peronistas, em troca de uma promessa de dividir entre elas o dinheiro economizado pela reforma.
O chefe de gabinete, Marcos Peña, afirmou que a reforma "é uma boa lei". O governo afirma que os aposentados não vão perder poder aquisitivo, mas a oposição e sindicatos temem que as aposentadorias sejam impactadas pela inflação – superior a 20% ao ano na Argentina há uma década.
O país acompanha a volta das cenas de repressão nas ruas que não eram vistas desde a revolta que derrubou o governo do conservador Fernando de la Rúa em 2001.
Os voos da Aerolíneas Argentinas e a Austral começaram a ser cancelados nos aeroportos.