A Coreia do Norte celebrou neste sábado o aniversário da fundação do país com um apelo por um reforço de seu potencial militar nuclear, ignorando as ameaças de novas sanções internacionais.
Em um editorial, o jornal Rodong Sinmun, órgão do partido único na Coreia do Norte, se pronunciou neste sentido e fez referência à política conhecida como "Byungjin", que consiste em desenvolver simultaneamente a economia do país e seu potencial nuclear, assim como a filosofia nacional Juche, ou autossuficiência.
"O setor da defensa, em harmonia com a política Byungjin do partido, deve produzir quantidades maiores de armas de ponta, de acordo com o Juche", afirma o Rodong Sinmun.
O jornal deseja mais "acontecimentos milagrosos" como os dois testes de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) que a Coreia do Norte realizou recentemente com sucesso.
Os testes, destaca a publicação, pretendiam dissuadir o governo dos Estados Unidos de sua suposta intenção de "decapitar" a direção norte-coreana.
"Não importa o alvoroço dos Estados Unidos e de seus fantoches, a Coreia do Norte continuará sendo uma cidadela eterna revestida de ferro", afirmou o jornal estatal no aniversário da fundação em 1948, da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), nome oficial da Coreia do Norte.
Na mesma data há um ano, em 9 de setembro de 2016, Pyongyang executou seu quinto teste nuclear.
O regime norte-coreano realizou o sexto teste na semana passada. Pyongyang anunciou que utilizou uma bomba de hidrogênio, ou bomba H miniaturizada e apta para ser colocada em um ICBM. Em julho o país também testou dois ICBM.
As atividades nucleares e balísticas infringem as resoluções da ONU, que já aprovou sete séries de sanções contra Pyongyang.
O ministério sul-coreano da Defesa afirmou neste sábado que não há sinais de que a Coreia do Norte estaria preparando um teste nuclear ou lançamento de míssil para esta data.
"O exército (sul-coreano) mantém sua postura de defesa máxima e vigia de perto o Norte. Mas não há nada fora do normal neste sábado", declarou um porta-voz do ministério.
O governo dos Estados Unidos exige novas sanções contra Pyongyang desde o sexto teste norte-coreano. Washington deseja que o Conselho de Segurança vote na segunda-feira sobre o tema, apesar da oposição de China e Rússia a uma primeira versão do texto.
Em uma reunião de especialistas dos 15 membros do Conselho de Segurança, na sexta-feira, Moscou e Pequim se pronunciaram contra o conjunto de medidas solicitadas por Washington, exceto para o setor têxtil, segundo fontes diplomáticas.
* AFP