O Conselho de Segurança da ONU condenou, na terça-feira (29), o mais recente lançamento de míssil pela Coreia do Norte e exigiu, por unanimidade, que o regime comunista suspensa o programa balístico. Na segunda-feira (28), um projetil norte-coreano foi disparada de uma base próxima a Pyongyang e que caiu no Pacífico após sobrevoar o Japão.
Os 15 membros do Conselho de Segurança mantiveram a unidade, após a mais recente provocação do ditador norte-coreano, Kim Jong-Un. China e Rússia, países mais próximos a Pyongyang, também se comprometeram em condenar a atitude isolada do regime comunista por meio de comunicado.
"O Conselho de Segurança ressalta que as ações da Coreia do Norte não só são uma ameaça para a região, mas para todos os membros das Nações Unidas", informou o comunicado, após reunião de três horas a portas fechadas na sede de Nova York.
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"O Conselho de Segurança manifesta sua grande preocupação porque a Coreia do Norte está minando deliberadamente a paz e a estabilidade regional, com o lançamento (de um míssil) sobre o Japão e suas recentes ações e declarações públicas", informaram.
O comunicado, promovido pelos Estados Unidos, não cita novas sanções, mas o embaixador japonês, Koro Bessho, deu a entender que ocorrerão medidas contra Pyongyang.
– A próxima etapa começa agora. Não podemos prever o que vai ocorrer, mas sem dúvida espero que haja uma forte resolução após esta declaração – disse o diplomata.
O bloco já aprovou sete pacotes de sanções contra o país, mas ainda não conseguiu diminuir as ambições bélicas do ditador norte-coreano.
O último pacote de sanções foi aprovado, por unanimidade, em 5 de agosto, após um mês de árduas negociações entre Estados Unidos e China, e atingiu as exportações norte-coreanas de carvão, ferro e pescado, com impacto previsto de US$ 1 bilhão ao ano.
Segundo fontes diplomáticas, as próximas sanções podem determinar o regresso dos norte-coreanos que trabalham no Exterior ao país, além de penalizar a indústria petroleira.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que "todas as opções estão sobre a mesa", após o último tiro norte-coreano.
O governo norte-coreano confirmou, nesta quarta-feira (30), que foi disparado um míssil Hwasong-12 de alcance médio. O projétil sobrevoou a península de Oshima, a ilha de Hokkaido e o cabo Erimo no Japão, caindo no Pacífico norte.
Kim Jong-Un prometeu que ocorrerão no futuro "mais exercícios de mísseis balísticos com o Pacífico como objetivo", segundo a agência norte-coreana de notícias KCNA.
Pyongyang invocou o "direito a autodefesa" diante das "intenções hostis" de Estados Unidos, que atualmente realizam manobras militares com a Coreia do Sul.
Após o último pacote de sanções, a Coreia do Norte ameaçou disparar quatro mísseis contra os arredores da ilha americana Guam, o que segundo Washington cruzaria a "linha vermelha".
Diante da situação, Kim optou pela opção intermediária, com um tiro que sobrevoou o Japão, segundo o especialista Euan Graham, especialista do Instituto Lowy da Austrália.
