O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, lançou nesta terça-feira (11) um apelo à "reconciliação" e à "Justiça" após a reconquista da cidade de Mossul pelas forças do governo iraquiano.
O Iraque "deve agora enfrentar vários desafios em termos de Direitos Humanos", afirmou Zeid em um comunicado divulgado em Genebra.
"Se estas questões não forem resolvidas, poderia desencadear mais violência e sofrimento para os civis", acrescentou. "As mulheres, crianças e homens de Mossul viveram o inferno na Terra e sofreram atos atrozes de perversão e crueldade", insistiu Zeid.
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O Estado Islâmico (EI) "forçou dezenas de milhares de habitantes da cidade e áreas circundantes a deixar suas casas e os usaram como escudos humanos, o que constitui um crime de guerra", indicou.
"Os combatentes podem continuar matando e aterrorizando com ataques e sequestros", alertou ainda Zeid, que disse que o Daesh (acrônimo para Estado Islâmico em árabe) pode ser considerado "culpado de crimes internacionais".
Ele cita o rapto de 1.636 mulheres e meninas e de 1.733 homens e meninos da comunidade Yazidi, sobre os quais não se têm notícias.
Desde que possível, o governo iraquiano vai precisar restaurar o Estado de Direito e "garantir que os Direitos Humanos e as necessidades fundamentais dos civis nas áreas reconquistadas sejam respeitadas", conclui o comunicado Zeid.