Um manifestante de 22 anos morreu, nesta quinta-feira (22), vítima de um disparo durante um protesto em Caracas. O incidente eleva para 75 o número de mortos em quase três meses de mobilizações contra o presidente Nicolás Maduro.
O jovem "recebeu um disparo durante manifestação em Altamira", no leste da capital, relatou a Procuradoria pelo Twitter.
Leia mais
Maduro aposta na Constituinte em meio à escalada da crise
Oposição quer 'trancar' ruas da Venezuela após morte em protestos
Representantes da OEA 'nunca mais' entrarão na Venezuela, garante Maduro
Da clínica onde o óbito foi registrado, o médico e deputado da oposição José Manuel Olivares garantiu que a vítima foi atingida a tiro no coração por parte de um membro da Guarda Nacional.
Jornais locais divulgaram fotografias e vídeos, nos quais se vê um membro dessa força atirando contra o jovem nas imediações da base militar de La Carlota.
Em uma das gravações, o agente aciona a arma de dentro do destacamento, quando repelia indivíduos mascarados que jogavam objetos contra a instituição.
Os confrontos explodiram depois que os corpos de segurança usaram gás lacrimogêneo e jatos d'água para conter uma marcha da oposição rumo à Procuradoria.
Em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros, Maduro ratificou, nesta quinta-feira, que o uso de tiros de cartucho para o controle da ordem pública está "proibido".
– A ordem é muito clara. Quem a violar, vai preso (...). A guarda e a polícia fizeram um esforço heroico e devem continuar fazendo, sem armas de fogo, sem escopetas, que estão proibidas, com água e o gás lacrimogêneo, que está permitido – manifestou o presidente.
Maduro disse ter ordenado investigar "se há uma conspiração" por trás dos militares e policiais envolvidos em atos violentos.
Na terça-feira, Maduro substituiu o chefe da Guarda Nacional, um dia depois da morte de um menor de 17 anos em Caracas, ferido a bala. Três militares foram detidos por esse episódio.