Cinco dias após a ruptura das relações diplomáticas por parte da Arábia Saudita e de aliados do Golfo, o Catar partiu, nesta sexta-feira (9), em busca de apoio no exterior para evitar o isolamento em nível internacional.
O ministro catari das Relações Exteriores, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, realizou uma inesperada visita à Alemanha, nestas sexta, antes de viajar no sábado (10) a Moscou, onde se reunirá com o chanceler Serguei Lavrov.
– Há esforços por parte de países amigos para limitar a crise, retirar o injusto bloqueio que pesa sobre o Catar e começar as negociações – disse Al-Thani, sem entrar em mais detalhes.
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O chefe da diplomacia alemã, Sigmar Gabriel, confirmou que estavam em curso conversas junto com os Estados Unidos e aliados regionais.
– A Alemanha vai fazer todo o possível, com a comunidade internacional, para que o conflito não se agrave mais – disse.
Na noite de quinta-feira, a Arábia Saudita e os aliados publicaram uma lista de terroristas apoiados pelas autoridades catarianas. A relação cita 59 pessoas e 12 entidades "vinculadas ao Catar e ao serviço de um suspeito programa político do Catar", indicaram em um comunicado Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito.
A lista de Riad e aliados contém, pelo menos, dois nomes considerados internacionalmente como apoiadores financeiros do terrorismo e contra os quais, de acordo com o último relatório do Departamento de Estado norte-americano, o Catar já atuou: trata-se de Sad Al-Kabi e Abd Al-Latif Al-Kawari.
Doha qualificou nesta sexta-feira a lista em questão como "sem fundamento".
– Esta lista contém nomes de pessoas que não têm relação com o Catar, onde não residem ou sequer vieram – disse Al-Thani na Alemanha.
Na quinta-feira, o ministro do Catar afirmou que o país rechaça qualquer ingerência na política externa e rechaçou a possibilidade de que a crise desemboque em um conflito armado.
Riad e aliados romperam relações diplomáticas com o Catar na segunda-feira (5). Esses países, que também recriminam o emirado pela aproximação com o Irã, grande rival regional da Arábia Saudita, suspenderam o tráfego aéreo e fecharam as fronteiras terrestres e marítimas.
Al-Thani assegurou que o país pode aguentar "eternamente", apesar das restrições impostas pelos vizinhos. A crise, no entanto, provoca inquietação em inúmeros países estrangeiros, entre eles os Estados Unidos, que têm uma imensa base militar no Catar.