A Corte Constitucional da Coreia do Sul confirmou nesta sexta-feira a destituição da presidente Park Geun-Hye, envolvida em um escândalo de corrupção que levou a seu afastamento do cargo, por decisão do Parlamento, em dezembro.
A decisão unânime do tribunal termina meses de crise política, com a convocação de eleições antecipadas nos próximos 60 dias. Park tornou-se a primeira líder democraticamente eleita do país a ser afastada do cargo. Uma eleição presidencial será realizada em 60 dias, segundo a Constituição. Atualmente, a presidência está sendo ocupada interinamente pelo primeiro-ministro, Hwang Kyo-ahn.
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Filha do ditador Park Chung-Hee, que assumiu o governo num golpe militar em 1961 e foi morto a tiros pelo seu chefe da segurança em 1979, Park, 64 anos, tornou-se a primeira presidente da Coreia do Sul, quando foi eleita em 2012 com a maioria dos votos já obtidos por um presidente em uma democracia no país.
Mas seu estilo distante e uma série de controvérsias, adicionado à agitação social e política, sob o peso de sua popularidade, levou milhões de pessoas às ruas para exigir a sua cassação.
No início de dezembro, parlamentares decidiram pelo impedimento da presidente por 234 votos a favor e 56 contra, indicando que dezenas de membros do partido de Park, o conservador Saenuri, apoiaram o processo.
Park foi acusada de ter permitido que uma amiga, Choi Soo-sil, usasse sua influência sobre a presidente para enriquecer e influenciar em suas decisões políticas. Choi é acusada de forçar doações a duas fundações e utilizar os recursos em benefício próprio.
A imprensa afirma que Choi, de 60 anos, atuou com uma espécie de conselheira, influenciando de maneira considerável as decisões do governo apesar de não ter nenhum cargo oficial.
A presidente negou ter participado das artividades da amiga, mas admitiu ter submetido a Choi as minutas de discursos no início do seu mandato e se desculpou por ter causado “preocupação na sociedade”. Acredita-se que Choi também teve acesso a documentos secretos do governo sul-coreano.
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