O perfil do suspeito do atentado na discoteca Reina, de Istambul, está sendo delineado pelas autoridades nesta terça-feira. A polícia divulgou várias fotos do foragido que assassinou 39 pessoas, a maioria estrangeiras, que comemoravam o Réveillon no clube, um dos mais famosos da metrópole turca.
Além disso, dois cidadãos estrangeiros foram detidos nesta terça no aeroporto internacional Ataturk de Istambul, informou a agência de notícias Dogan. As duas pessoas, cuja nacionalidade não foi informada, foram detidas na entrada do terminal de partidas internacionais e transferidas ao quartel-general da segurança em Istambul.
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Segundo o jornal Hurriyet, os investigadores acreditam que o autor do atentado, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), é de um país da Ásia Central e foi treinado para dominar o uso de armas. O jornalista Abdulkadir Selvi, ligado ao governo, afirma no jornal que as autoridades identificaram o agressor e que ele teria combatido nas fileiras do EI na Síria.
O governo turco, que admitiu que a investigação está sendo difícil, informou na segunda-feira que foram obtidos dados relativos às impressões digitais e ao aspecto do assassino, sem dar maiores detalhes.
A agência turca Dogan divulgou um vídeo, onde ele é visto se filmando enquanto passeia tranquilamente pela famosa praça Taksim, muito frequentada por turistas.
Quatorze pessoas foram detidas por suposto envolvimento no ataque, segundo a agência de notícia pró-governamental Anadolu.
O atentato do Ano-Novo foi realizado num momento em que o exército turco tenta tomar a cidade Al Bab, um reduto do EI no norte da Síria, onde Ancara lançou uma ofensiva contra os jihadistas e as milícias turcas.
Em seu comunicado, o grupo radical acusa a Turquia, um país de maioria muçulmana, de ter se aliado aos cristãos, provavelmente em alusão à participação turca na coalizão internacional anti-extremista, liderada por Washington.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou nesta terça que seu país continuará lutando contra o terrorismo onde quer que seja.
Outros meios de comunicação informaram que o suspeito teria chegado em novembro passado a Konya com sua esposa e seus dois filhos para "não chamar a atenção". A esposa pode ser uma das pessoas atualmente detidas, segundo a Dogan.
De acordo com Selvi, as autoridades querem capturar o agressor vivo para poder desmantelar uma possível rede de terroristas e abortar futuros ataques
Turquia, principal objetivo
O massacre na boate Reina acontece apesar do forte esquema de segurança em Istambul, uma metrópole que já sofreu grandes atentados no ano passado.
Os investigadores acham que o suspeito pode estar vinculado à célula que cometeu o triplo tentado suicida no aeroporto de Atatürk, em Istambul, que em junho passado deixou 47 mortos, e foi atribuído pelas autoridade ao EI.
Este atentado, o último de uma longa série que sacudiu o país em um ano e meio, parece indicar que a Turquia se converteu num dos principais objetivos do EI.
O Estado-Maior turco anunciou, por sua parte que 18 "terroristas do Daesh" (acrônimo em árabe do EI) morreram nos combates e em bombardeios em Al Bab na véspera.
*AFP