Um violento atentado deixou mais de 40 mortos em Azaz,cidade do norte da Síria, na fronteira com a Turquia. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ao menos 48 pessoas, em sua maioria civis, morreram na explosão de um carro-bomba.
Os corpos ficaram carbonizados, o que dificulta a identificação, segundo a ONG, destacando que outras dezenas de pessoas ficaram feridas na explosão.
É o pior atentado ocorrido em Azaz, alvo em várias ocasiões de ataques e ofensivas dos radicais do grupo Estado Islâmico (EI), que tentam assumir o controle dessa cidade. Osama al Merhi, advogado que testemunhou o ataque, acusou o EI.
– Este tipo de crime só é cometido pelo grupo terrorista Dáesh – afirmou, usando o termo que os árabes usavam para se referir ao Estado Islâmico.
O atentado acontece no nono dia do frágil cessar-fogo que permitiu a volta de uma calma relativa em algumas regiões da Síria.
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Sem água potável
Em Damasco, capital da Síria, 5,5 milhões de pessoas estão sem água potável há semanas, devido aos combates incessantes em Wadi Barada,uma área dominada por rebeldes, onde ficam os principais pontos de abastecimento da cidade.
O governo sírio acusa os rebeldes de contaminar as reservas de água com diesel e cortar o abastecimento de Damasco propositalmente. Os insurgentes, contudo, afirmam que os bombardeios destruíram as infraestruturas locais.
Os confrontos prosseguiam neste sábado nessa localidade,depois de ter deixado ao menos nove mortos, sendo sete soldados e dois civis.
Negociações complicadas
Além da persistência dos combates, ainda há as dificuldades das negociações programadas para janeiro em Astana, capital do Cazaquistão, sob patrocínio da Rússia e Irã, aliados do governo, e Turquia, que apoia os rebeldes.
O conflito na Síria já causou mais de 310 mil mortes e uma grave crise humanitária em muitas regiões. Milhões de sírios foram deslocados,suas casas destruídas e seus bens perdidos. Algumas cidades têm sido sitiadas durante meses e falta tudo.