Todos os passageiros e tripulantes foram libertados do avião sequestrado que pousou no aeroporto de Malta com 118 pessoas a bordo, na manhã desta sexta-feira. Liberados em grupos, o primeiro conjunto de reféns começou a descer por volta das 10h50min (às 13h50min, pelo horário local). Os últimos tripulantes desembarcaram com os sequestradores, que se renderam às autoridades e foram presos. A informação foi confirmada pelo primeiro-ministro de Malta no Twitter.
Conforme o jornal Times of Malta, o avião se deslocava de Sabha a Trípoli e teve o trajeto desviado para a ilha do Mediterrâneo – localizada a 350 quilômetros da capital líbia – por dois sequestradores. Pelo menos um deles teria ameaçado explodir a aeronave com uma granada de mão.
– Eles têm granadas e estão ameaçando explodir o avião. Nenhuma palavra sobre suas demandas ainda – afirmou o ministro maltês Etienne Saint John à CNN.
Leia mais
Suspeito do atentado de Berlim é morto pela polícia de Milão
Polícia da Austrália frustra plano de atentado terrorista
Retomada de Aleppo é importante para o fim da guerra na Síria, afirma Putin
Um correspondente da AFP relatou que os passageiros desceram muito calmamente do avião, sem correr nem gritar. Em seguida, o aeroporto, que chegou a ser fechado, começou a retomar o tráfego e vários voos conseguiram pousar.
Segundo o premier da Líbia, Fayez Serraj, disse à imprensa, os sequestradores teriam exigido a criação de um partido pró-Gaddafi.
O governo de Malta confirma que 111 pessoas passageiros viajavam a bordo do Airbus 320 – incluindo sete membros da tripulação –, 82 homens, 28 mulheres e um bebê. A aeronave pertence à companhia líbia Afriqiyah Airways.
"As operações estão sendo coordenadas pelos serviços de segurança", afirmou o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, por meio do Twitter.
Mais cedo, o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, havia anunciado que foi alertado do "possível sequestro" de um avião líbio. A aeronave foi redirecionada para a ilha mediterrânea. Segundo uma fonte do Governo de União Nacional (GNA) em Trípoli, "piratas" sequestraram o avião e o desviaram para o aeroporto de La Valeta, em Malta.
"Fui informado de uma possível situação de sequestro de um voo doméstico da #Libia redirecionado para #Malta. Operações de segurança e emergência em andamento, por -JM", escreveu Joseph Muscat em sua conta oficial.
Mergulhada na violência, a Líbia permanece em um impasse político há cinco anos, após a queda de Muammar Kadhafi, em 2011. Várias milícias disputam o controle do território, apesar da instalação de um governo de unidade nacional (GNA), apoiado pela comunidade internacional.
O chefe do governo, Fayez al-Sarraj, anunciou oficialmente, no último sábado, a libertação de Sirte, reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI). A organização terrorista havia tomado a cidade natal de Muammar Kaddafi em junho de 2015 e desde então defendia a fortaleza com táticas de guerrilha urbana, escudos humanos e minas terrestres.
A perda de Sirte foi um grande revés para o EI, mas ainda há extremistas na Líbia. O governo espera sair fortalecido da batalha de Sirte, enquando ainda luta para estabelecer-se como autoridade em um país devastado por conflitos.
História
Segundo o jornal Times of Malta, é o primeiro grande sequestro desde 1985, quando um Boeing da EgyptAir foi desviado para a ilha mediterrânea. A situação terminou com 62 pessoas mortas quando comandos egípcios tentaram uma operação de resgate.
Veja o desembarque dos passageiros e da tripulação:
*Zero Hora e AFP