O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou, na quarta-feira, em Havana, que "ninguém" vai tirar seu país do Mercosul. O chavista classificou o afastamento como um "plano retrógrado" da "tríplice aliança de governos da extrema direita", em referência a Brasil, Argentina e Paraguai.
– Nada ou ninguém vai nos tirar do Mercosul porque o Mercosul pertence aos povos – declarou Maduro ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, em um ato que comemorou o 12º aniversário da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA).
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Maduro afirmou que a "presidência temporária" de seu país "foi ignorada pela tríplice aliança de governos de extrema direita, que adota a mesma visão de ódio e intolerância promovida pelo plano Condor nas ditaduras" latino-americanas nos anos 70 e 80.
– A extrema direita intolerante, ao invés de buscar o fortalecimento do Mercosul, adotou um plano retrógrado de destruição e divisão.
Maduro denunciou a agressão sofrida, na quarta-feira, pela chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, quando tratava de entrar na chancelaria argentina para participar de uma reunião do Mercosul para a qual não fora convidada.
– Hoje nossa chanceler, Delcy Rodríguez Gómez, foi agredida pela polícia do governo da Argentina – assinalou Maduro, qualificando o incidente de ato de "covardia". – Sabemos que isto é temporário, mas estas oligarquias precisam saber que nada ou ninguém vai deter a Venezuela – afirmou.
A Argentina assumiu, na quarta-feira, a presidência rotativa do Mercosul, em detrimento da Venezuela, em uma reunião extraordinária de chanceleres do bloco em Buenos Aires em que Delcy Rodríguez não foi convidada, mas forçou sua presença.
Apesar da decisão dos fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai –, a chanceler venezuelana reafirmou que Caracas se mantém na presidência do Bloco. A suspensão imposta a Caracas foi aplicada por não haver incorporado à sua legislação uma série de medidas comerciais e políticas, incluindo o respeito aos direitos humanos.