Quarenta e uma salvas de canhão precederam a chegada, em uma carruagem, ao palácio londrino de Buckingham do presidente colombiano Juan Manuel Santos, prêmio Nobel da Paz, e de sua anfitriã, a rainha Elizabeth II da Inglaterra, nesta terça-feira.
Em uma dia cinza e frio – típico do outono londrino –, a rainha e Santos conversavam animadamente ao chegar à frente de um cortejo de sete carruagens.
Na segunda carruagem iam o marido da rainha, o príncipe Philip de Edimburgo, e a primeira-dama colombiana, María Clemencia Rodríguez, seguidos pela chanceler colombiana, María Ángela Holguín, que dividia uma carruagem com o príncipe Charles de Gales e sua esposa Camilla.
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Milhares de pessoas contemplaram a chegada do cortejo, que marca o início da visita de Estado de Santos ao Reino Unido, que se prolongará até quinta-feira. Entre elas, muitos colombianos com bandeiras que se somavam às agitadas por toda a longa avenida.
– Estamos muito orgulhosas, é algo que não voltaremos a ver na vida e Santos merecia – explicou Dawn Bermúdez, filha de colombianos e nascida em Londres.
Sua mãe, Ruby Bermúdez, uma colombiana que chegou a Londres há 41 anos, disse que a visita é "uma representação da Colômbia positiva, e não negativa, como foi durante anos".
Durante a noite, a rainha presidirá um banquete em homenagem ao seu convidado no palácio de Buckingham, onde Santos se hospedará nesta noite e na de quarta-feira junto com sua esposa e com outros membros de seu séquito, ocupando um total de nove quartos da residência real.
Rito
Geralmente, a rainha recebe dois chefes de Estado por ano, mas nesta ocasião, e coincidindo com o 90º aniversário de Elizabeth II, Santos será o único, já que o rei Felipe VI da Espanha precisou cancelar sua viagem para atender a situação política em seu país.
– É uma grande honra para a Colômbia. Nunca um presidente da Colômbia foi convidado a uma visita de Estado ao Reino Unido – disse o presidente pouco antes de pousar em Londres.
Enquanto, na Colômbia, Santos trava uma batalha para levar adiante seu plano de reconciliação com as Farc, na Europa desfrutará de uma trégua e de boas-vindas calorosas, primeiro em Londres e depois em Oslo, em 10 de dezembro, onde receberá o prêmio Nobel da Paz.
A etapa politicamente mais chamativa de sua visita britânica, de 1 a 3 de novembro, acontecerá na quinta-feira, quando Santos viajará a Belfast, a capital da província britânica da Irlanda do Norte, cenário de três décadas de conflito sangrento entre católicos e protestantes que terminaram com os acordos de paz de 1998.
Ao longo de sua visita, entre outras coisas, Santos pronunciará um discurso no Parlamento, dará uma conferência na London School of Economics, se reunirá com a primeira-ministra Theresa May e percorrerá as dependências subterrâneas de Londres de onde o então primeiro-ministro Winston Churchill dirigiu o país durante a Segunda Guerra Mundial, sob os bombardeios alemães.