Juanita Castro, a irmã de Fidel que vive no exílio em Miami desde os anos 1960, disse à imprensa local neste sábado que não irá ao funeral do líder cubano, em Havana, embora lamente sua morte.
– Diante dos rumores pouco saudáveis de que me dirigia para Cuba para os funerais, quero esclarecer que, em nenhum momento, voltarei para a Ilha, nem tenho planos de fazê-lo – declarou Juanita ao jornal El Nuevo Herald. – Lutei ao lado desse exílio, braço com braço nas etapas mais ativas e intensas em décadas passadas, e respeito os sentimentos de cada um – insistiu.
Fidel Castro morreu na sexta-feira à noite, aos 90 anos, uma notícia que inundou de alegria os cubanos exilados em Miami.
– Não me regozijo da morte de nenhum ser humano, muito menos posso fazê-lo com alguém com meu sangue e meus sobrenomes – disse Juanita ao Herald. – Como irmã de Fidel, estou vivendo, nesse momento, a perda de um ser humano que teve meu sangue – completou.
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Fidel e o atual presidente, Raúl, foram dois de sete irmãos. Deles, Juanita, nascida em 1933, é a única a criticar publicamente o rumo comunista tomado pela Revolução Cubana. Ela se exilou em Miami, em 1964, de onde denunciou publicamente o governo dos irmãos e colaborou com a CIA sob o nome-código de "Donna" nos planos para derrubá-lo, como ela mesma confessou depois.
Juanita Castro acrescentou que se exilou, assim como "todos os cubanos que saíram para encontrar um espaço onde lutar pela liberdade de seu país" e que, para isso, teve de pagar "um alto preço de dor e isolamento".