O presidente colombiano Juan Manuel Santos conquistou o Prêmio Nobel da Paz na manhã desta sexta-feira. O mandatário faturou a honraria por ter concluído um acordo com a guerrilha marxista das Farc para encerrar um conflito de mais de 50 anos.
"Existe um risco real de que o processo de paz se interrompa e de que a guerra civil seja retomada", o que torna "ainda mais urgente o respeito ao cessar-fogo pelas partes, lideradas pelo presidente Santos e pelo chefe da guerrilha das Farc, Rodrigo Londoño", conhecido como Timochenko, declarou a presidente do Comitê Nobel, Kaci Kullmann Five.
– O fato de a maioria dos eleitores ter dito não ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz está morto. O referendo não era uma votação a favor ou contra a paz – argumentou Kullmann Five.
Leia mais:
Prêmio Nobel 2016: veja quem são os vencedores divulgados até agora
Trio vence o Nobel de Química pela invenção de máquinas moleculares
Japonês vence o Nobel de Medicina por pesquisas sobre a autofagia
Contra todas as previsões, 50,21% dos colombianos se opuseram no último domingo ao acordo de paz assinado em 26 de setembro pelo presidente Santos e por Timochenko após quase quatro anos de negociações de paz em Havana.
O prêmio – que consiste em uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de oito milhões de coroas suecas (950 mil dólares) – será entregue ao mandatário colombiano em Oslo no dia 10 de dezembro, data do aniversário da morte de seu fundador, o inventor e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896).
Em 2015, o Nobel da Paz foi para o Quarteto para o Diálogo Nacional Tunisiano, atores da sociedade civil que permitiram salvar a transição democrática na Tunísia.
Neste ano o instituto Nobel norueguês havia recebido 376 candidaturas para o prêmio Nobel da Paz, quase uma centena a mais em relação ao recorde anterior – 278.
*AFP