Depois de deixar um rastro de destruição no Caribe, matando mais de 400 pessoas apenas no Haiti, o furacão Matthew chegou na manhã de desta sexta-feira à costa da Flórida, com ventos de até 210 km/h. Segundo a CNN, as rajadas atingiram transformadores de energia elétrica, deixando mais de 550 mil pessoas sem luz e mais de 4,3 mil voos foram cancelados.
As autoridades estão divulgando sucessivos avisos para que as pessoas saiam das áreas de risco e procurem imediatamente abrigo. O furacão é o mais forte dos últimos 10 anos e o governador da Flórida, Rick Scott, até mudou o nome dele. Em vez de chamá-lo de Matthew, o governador está chamando o furacão de "monstro".
Apesar de, nas últimas horas, os meteorologistas terem reduziram o seu potencial destruidor – que deixou de ser categoria 4 e passou a ser categoria 3 –, o furacão continua a ser um sério risco para a população dos Estados da Flórida, da Geórgia, da Carolina do Sul e da Carolina do Norte, principalmente, porque vem associado com tempestades.
"Esta é uma situação extremamente perigosa e com risco de vida", disse um boletim do Serviço Nacional de Meteorologia.
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O centro de monitoramento de furacões norte-americano, na sigla em inglês, NHC, informou que a tempestade se movia paralelamente e ao longo da costa leste do Estado norte-americano antes do amanhecer nesta sexta-feira. A grande questão é quando e como ele irá atingir a região: um impacto direto pode ser devastador, mas uma chegada lateralmente ainda pode ser catastrófica.
O governador da Flórida, Rick Scott, faz alertas sobre os perigos dessas tempestades. Dirigindo-se à população da costa da Flórida, ele deu a seguinte declaração:
– Saiam do caminho dessa tempestade, porque infelizmente ela pode matar vocês.
As autoridades não estão apenas pedindo - mas sim dando ordens - para que os moradores abandonem suas casas. Só na Flórida, cerca de um 1,5 milhão de pessoas já saíram das áreas que potencialmente podem ser atingidas pelo furacão. Se somadas com os deslocamentos nos estados da Geórgia, da Carolina do Sul e da Carolina do norte, mais de 2 milhões de pessoas estão deixando ou já deixaram áreas de risco da Costa Leste dos Estados Unidos.
Apenas um punhado de furacões de força semelhante já atingiram a costa da Flórida, e nenhum desde 1898 ameaçou prosseguir seu caminho pelo norte ao longo da costa rumo à Geórgia. Ordens de evacuação foram emitidas para áreas que cobrem cerca de três milhões de habitantes, e grandes cidades como Jacksonville (Flórida) e Savannah (Geórgia) estão no caminho da tempestade.
Quando as primeiras gotas de chuva forte e ventos poderosos chegaram aos resorts à beira-mar pressagiando a tempestade que se aproxima, mais de 140 mil casas e empresas na Flórida ficaram sem eletricidade.
Matthew já atingiu Haiti, Jamaica, Cuba, República Dominicana e Bahamas, e as autoridades americanas estão agindo com muita cautela – alertando que o furacão pode matar.
Por volta das 9h locais (6h de Brasília), a tempestade estava cerca de 45 milhas a leste de Cabo Canaveral, o lar do Centro Espacial Kennedy. O fenômeno estava se movendo para noroeste a 13 milhas por hora, afirmou o Centro Nacional de Furacões.
O sul da Flórida – incluindo Miami – foi poupado do pior da tempestade, depois que ela deu uma leve guinada para o norte e o leste. No entanto, o furacão ameaça as praias e os portos do Estado com muita força.
O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um comunicado com uma dura advertência: "Não há memória viva local do potencial deste evento. Se um impacto direto ocorrer será diferente de qualquer furacão na era moderna".
As estradas estavam repletas de pessoas que se dirigiam ao interior para escapar da tempestade, que acredita-se que será forte o suficiente para arrancar árvores e destruir telhados ou casas inteiras.