Em meio ao impasse sobre a presidência da Venezuela no Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, defendeu, nesta quinta-feira, a criação de um "conselho informal" para conduzir as atividades do bloco. Na avaliação do ministro, apesar das declarações do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, de que o país exercerá plenamente o comando do Mercosul, a Venezuela não tem condições de conduzir o grupo também formado por Argentina, Paraguai e Uruguai.
– A solução ideal é pegar os embaixadores dos países no Mercosul e eles fazerem um conselho informal para tocar os assuntos. A Venezuela não tem condições de assumir, por um lado, porque não cumpriu ainda os requisitos do Mercosul. Segundo porque imagina que o Mercosul deveria funcionar em Caracas. ê inteiramente utópico imaginar essa possibilidade – afirmou o ministro brasileiro.
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No Senado, o líder do governo, Aloysio Nunes (PSDB-SP), endossou a posição do ministro e considerou que a Venezuela não tem condições de assumir o comando do bloco.
– O governo venezuelano não cumpriu o cronograma de incorporação das normas de seu Protocolo de Adesão (ao Mercosul), admitindo que não incorporará mais de 100 normas a tempo para cumprir o prazo estabelecido no protocolo – disse o tucano em mensagem encaminhada à Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Segundo o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, os documentos do protocolo de adesão da Venezuela serão avaliados.
Na avaliação do ministro, o impasse com a Venezuela não vai impedir que o bloco dê continuidade às atividades previstas para este semestre.
– Vamos continuar tocando, não vai ficar parado. Muita coisa não precisa de presidente para ir para frente... Se o Mercosul realizar tudo o que foi acordado, já teria trabalho suficiente. Não vai ficar parado não – destacou.
As declarações de Serra ocorreram após reunião, no Itamaraty, com o presidente da Confederação Suíça e conselheiro federal de Assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa, Johann Schneider-Ammann. No encontro, entre outros temas, foi tratada a possibilidade de aprofundamento na relação entre o Mercosul e a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA). Segundo o ministro, um encontro entre representantes dos dois grupos de países deverá ocorrer até o final deste ano.
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*Agência Estado