Amatrice, uma das cidades italianas mais devastadas por um terremoto na madrugada desta quarta-feira, é considerada um dos vilarejos mais belos do país.
Fundado na Idade Média, o município de 2,6 mil habitantes abriga mais de 100 igrejas históricas e faz parte do Parque Nacional del Gran Sasso e Monti della Laga, o terceiro maior do país. Por conta disso, é um conhecido destino turístico da região do Lazio e recebe milhares de visitantes da Itália e de outras nações europeias.
Além disso, amantes dos pássaros viajam a Amatrice para observar a águia-real, que tem na cidade um de seus principais locais de nidificação. Seu centro histórico, destruído pelo tremor, era rodeado por um sistema de fortificações, com alguns trechos visíveis até os dias de hoje.
No coração do município, se destaca a Torre Cívica, feita de pedra e que se ergue a 25 metros de altura em frente à prefeitura. Ela é datada do século 13. A cidade também é um polo da gastronomia italiana por ser uma importante produtora de guanciale e queijo pecorino, dois ingredientes do molho matriciana, que deve seu nome a Amatrice.
Leia mais
Itamaraty divulga nota em solidariedade ao governo italiano
Policiais e voluntários socorrem vítimas do terremoto na Itália
Papa manifesta "grande dor" após tremores
Cerca de 40 quilômetros ao sul do epicentro e também afetada pelo terremoto, a cidade de Accumoli tem 667 habitantes e conta com o turismo como uma das principais fontes de renda. Segundo a Agência Ansa, pelo menos 2 mil pessoas turistas que estavam em férias de verão foram atingidos pelo terremoto no município.
– Os hotéis estavam todos lotados. Tentaremos ajudar a todos, mas será melhor se deixarem a cidade. Setenta e cinco por cento do povoado não existe mais – afirmou o prefeito Stefano Petruccio.
O terremoto causou danos em importantes edifícios históricos da cidade. Accumoli possui mais de 10 pontos culturais ocupados por monumentos, palácios e igrejas – a maior parte em estilos medievais. Entre os locais conhecidos para visitação, estão a Torre Cívica, o Palazzo del Podestà e a Igreja de São Francisco.
Na gastronomia, Accumoli tem papel de destaque pelo Spaghetti alla Griscia, queijo pecorino (feito com leite de ovelha) e embutidos. O localidade conta ainda com restaurantes e pizzarias.
A cidade da região central italiana também é marcada pelas belezas naturais. Com mais de mil quilômetros de extensão, a cordilheira dos Apeninos corta o território de Accumoli. As montanhas, florestas e lagos permanecem praticamente naturais, já que o terreno acidentado e a baixa densidade demográfica da cidade representam poucos riscos aos ecossistemas locais.
Accumoli também faz parte do Parque Nacional del Gran Sasso e Monti della Laga, o terceiro maior do país. Com mais de dois mil quilômetros quadrados de extensão, a área de preservação foi criada em 1991 e conta com animais selvagens como lobos, veados, onças, javalis, raposas e esquilos. Algumas opções para os turistas são o ciclismo, trekking, canoagem, esqui, andar a cavalo e observar pássaros.
O território da cidade está localizado entre as regiões euro-siberiana e mediterrânea. Amatrice tem a montanha mais elevada da cordilheira dos Apeninos – onde fica a única geleira do sul da Europa – e também faz parte do Parque Nacional del Gran Sasso e Monti della Laga. Animais como lobos, ursos, águias e biancones (ave rapina que se alimenta de cobras) são comuns nas imediações.
Norcia, outra cidade atingida pelos tremores, destaca-se pela produção de embutidos – principalmente presunto. A gastronomia local é famosa também pelos pratos típicos, como a lentilha de Castelluccio, os "tartufos" negros (espécie de fungos subterrâneos que crescem próximos a árvores e arbustos) e queijos variados.
Histórico de risco
A parte central da Itália é uma das zonas com mais risco sísmico da Itália. Após o tremor principal, de 6,2 graus na escala Richter, vários tremores secundários foram sentidos no resto da noite – um de 3,9 graus na província de Perugia e outro mais forte, de 5,3, que foi novamente sentido em Roma, às 4h30min (horário local).
Há sete anos, o centro da Itália sofreu um forte terremoto de 6,3 graus que deixou mais de 300 mortos na região de Áquila.
