Uma limpeza profunda vem sendo realizada em setores públicos da Turquia após a tentativa de golpe da última sexta-feira. Nesta terça, foi a vez do Conselho de Ensino Superior (YÖK) pedir a renúncia de mais de 1,5 mil reitores e decanos de universidades públicas do país.
Mais cedo, o Ministério da Educação turco anunciou a suspensão de mais de 15 mil funcionários suspeitos de ter vínculos com o grupo opositor Fethullah Gülen, acusado de estar por trás da frustrada investida para derrubar o governo.
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"Os 15,2 mil funcionários do Ministério da Educação foram suspensos e foi aberta uma investigação em relação a essas pessoas", indicou a pasta em um comunicado.
Licença de emissoras de rádio e TV ligadas a líder opositor são canceladas
O Alto Conselho de Rádio e Televisão turco (RTÜK) anunciou, também nesta terça-feira, que vai retirar as licenças de rádio e TV que estiverem ligadas à oposição. A decisão foi aprovada por unanimidade no Conselho.
Em um comunicado publicado em seu site, o órgão indica ter cancelado "todos os direitos de difusão e licenças concedidas pelo RTÜK a todas as organizações (rádios e televisões) ligadas, relacionadas ou mantida pelo FETÖ/PDY", o acrônimo que designa o movimento de Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos. Os veículos afetados, porém, não foram apontados.
De acordo com a agência estatal de notícias Anadolu, a associação turca de jornalistas disse que está discutindo a norma, e ainda não pode comentá-la. Grupos de dentro e fora do país têm condenado o cerco à imprensa.
*ZH com informações da AFP