Milhaes de cidadãos do Sudão do Sul morreram nos atos de violência das últimas semanas, informou nesta terça-feira Toby Lanzer, líder da missão humanitária da ONU no país, dando um indício claro do alcance do conflito que abala a jovem nação.
- Não tenho nenhuma dúvida de que são milhares de mortos - disse Lanzer a jornalistas.
O balanço oficial de mortos em todo o país se manteve em 500 durante dias, mas teme-se que as cifras reais sejam muito maiores, segundo trabalhadores humanitários. A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, anunciou nesta terça-feira a descoberta de uma fossa comum na cidade de Bentiu, tomada pelos rebeldes, e disse que haveria outras duas em Juba, a capital.
Essa descoberta chega após mais de uma semana de combates entre facções do exército leais ao presidente, Salva Kiir, e seu rival, Riek Machar, ex-vice-presidente destituído em julho. O exército do Sudão do Sul tomou nesta terça-feica a cidade de Bor, que estava nas mãos dos partidários de Machar, que ainda controlam Bentiu, capital do estado petroleiro de Unidad. Segundo Lanzer, a situação em Bentiu é "tensa". Há "muitos homens armados e quase não há civis nas ruas", disse.
- Agora há mais de 7.000 civiles na base da ONU, que teve que ampliar seu perímetro - acrescentou.
Os combates se estenderam à metade dos 100 estados que formam esta nação e de onde fugiram centenas de milhares de pessoas, o que faz temer por uma catastrófica situação humanitária para breve.
País caçula
Sudão do Sul sofre com atos de violência, dizem enviados em missão da ONU
Segundo líder do grupo, o número de vítimas seria bem maior que o divulgado
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