O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira que no prazo de 72 horas reduzirá os preços de autopeças e pneus, cinco dias após decretar uma baixa geral no valor dos eletrodomésticos, em mais um capítulo da "guerra" contra a inflação e a especulação.
- Não façam mais nada nas próximas 72 horas, até regularizarmos os preços das autopeças e dos pneus para o povo da Venezuela, das motos, carros e ônibus - disse Maduro para dezenas de motoristas reunidos no centro de Caracas.
Maduro lidera uma cruzada para combater a inflação na Venezuela, que em outubro superou os 50% ao ano, em meio à chamada "guerra econômica" promovida pela oposição contra seu governo.
- Hoje começamos a inspecionar todas as concessionárias de veículos do país, terão que baixar os preços, não me venham com histórias - afirmou.
Desde o final de semana, milhares de pessoas se aglomeram diante das lojas de eletrodomésticos para aproveitar a redução de preços imposta pelo governo, a um mês das eleições municipais.
A campanha de Maduro contra os aumentos dos preços tem como pano de fundo o controle do câmbio, em vigor desde 2003 no país com as maiores reservas de petróleo do mundo e que importa a maior parte dos produtos que consome.
O dólar tem cotação oficial de 6,30 bolívares, enquanto no mercado negro supera os 50 bolívares.
Os empresários reclamam que não recebem dólares suficientes do governo e são obrigados a adquirir divisas no mercado negro para importar os produtos, o que elevaria os preços.
O governo, no entanto, afirma que concede dólares suficientes e acusa importadores e donos de lojas de especulação.
O líder opositor venezuelano Henrique Capriles denunciou nesta terça-feira que o governo de Nicolás Maduro está vendendo reservas em ouro e ativos petroleiros para cobrir suas "necessidades de divisas".
Capriles afirmou que o governo negocia um empréstimo de US$ 3 bilhões para pagar a dívida do órgão regulador de divisas - Cadivi - com parte dos importadores venezuelanos.