A Venezuela viveu uma efervescência diferente, intensificada à noite, por todo o dia de ontem. Terminava a campanha eleitoral mais acirrada e - até por isso - importante dos últimos anos.
Opresidente venezuelano, Hugo Chávez, encerrou sua campanha, em Caracas, diante de uma multidão de centenas de milhares de simpatizantes debaixo de uma forte chuva e pediu para que seus simpatizantes votem desde cedo no domingo para que não fique "nenhum único voto de fora". Policiais fecharam sete vias de acesso à zona central da capital, horas antes do ato. O mandatário havia convocado os seguidores ontem à noite em sua conta no Twitter.
- Estamos felizes hoje (ontem), quinta-feira, 4 de outubro, encerrando a campanha no Vale de Caracas com a avalanche bolivariana. Chegou a avalanche bolivariana a Caracas e chegou em um temporal! - disse o presidente ao iniciar seu curto discurso na avenida Bolívar, no centro da cidade, diante de uma maré vermelha e em meio a gritos como "Uh! Ah! Chávez não se vá!".
A eleição deste domingo promete ser uma das mais polarizadas da história recente da Venezuela - as pesquisas estão vetadas nestas vésperas de eleições, o que gera uma série de especulações a respeito dos resultados.
Orientação sobre o voto secreto
O candidato da aliança opositora, Henrique Capriles, também tem conseguido mobilizar milhares durante eventos inclusive em tradicionais enclaves chavistas. O presidenciável oposicionista, porém, permanecia reiteradamente, até a semana passada, atrás do atual mandatário nas pesquisas de intenção de voto, em que pese a disparidade dos resultados entre elas. Ontem, Capriles exortou seus seguidores a convocar os vizinhos a votar "sem medo" na oposição, durante ato em Cojedes (região ocidental), antes do que ocorreu em Barquisimeto.
- Hoje (ontem), quando estamos no último dia para encerrar a campanha, quero pedir a vocês uma coisa: vão e batam na porta de seu vizinho e digam o voto é secreto - disse ele.
A declaração é uma referência ao fato de que muitos desconfiam do sigilo do voto e temem represálias.
O instituto de pesquisas Datanálisis constatou uma diminuição forte na diferença entre os dois candidatos. Chegou a 20 pontos percentuais, mas, semana passada, estava reduzida a 10.
FIM DE CAMPANHA
A disputa pelas multidões
Hugo Chávez e Henrique Capriles fizeram ontem os últimos comícios antes da votação de domingo
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