O novo governo do presidente do Paraguai, Federico Franco, condenou hoje o Mercosul por suspender temporariamente o país do bloco. O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Férnández Estigarribia, cobrou dos nove governos (Brasil, Argentina e Uruguai, além de seis parceiros) espaço para a defesa e a apresentação de esclarecimentos.
No domingo, o Paraguai foi suspenso do Mercosul até 2013 devido à forma como conduziu o impeachment do presidente Fernando Lugo. Férnández Estigarribia disse ainda que o Paraguai não participará da Cúpula do Mercosul, nos dias 28 e 29, na Argentina. No entanto, ele elogiou a declaração do assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que afirmou que nem o Brasil nem o Mercosul vão intervir nas questões internas paraguaias.
- O senhor Marco Aurélio Garcia é uma figura muito importante na diplomacia brasileira e o que ele disse foi bastante interessante. Tenho muito apreço por ele. Não aceitamos (a suspensão do Mercosul) porque não se aplica o Protocolo de Ushuaia, que exige escutar todos os membros (do bloco) - disse o chanceler paraguaio.
Fernández Estigarribia acrescentou: - É curioso que nos questionem a brevidade (do processo de impeachment de Fernando Lugo) dos prazos do juízo político (o equivalente a impeachment), agora nos acionam sem nos dar o direito de defesa. Mas vamos continuar os esforços para restabelecer as relações (com os países do Mercosul). O chanceler disse também que está conversando de forma privada com os nove chanceleres dos países que assinam a suspensão do Paraguai.
Ele se refere ao Brasil, à Argentina, ao Uruguai (os três são membros permanentes), além do Equador, da Bolívia, da Venezuela, do Chile, da Colômbia e do Peru, que são países parceiros do Mercosul e não são membros permanentes. Ontem o Ministério das Relações Exteriores da Argentina divulgou nota anunciando a suspensão temporária do Paraguai do Mercosul. Os nove governos condenaram de forma veemente a maneira como ocorreu o impeachment de Lugo, no último sexta-feira.
A iniciativa indica que o Paraguai também deve ser suspenso da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual fazem parte os nove países que assinaram a medida do Mercosul, mais o Suriname e a Guiana. Atualmente, o Paraguai é presidente pro tempore da Unasul. A próxima presidência será exercida pelo Peru.
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