Depois de participar de uma longa reunião com o presidente do Paraguai, o ex-bispo Fernando Lugo, o governador do Departamento de San Pedro, José Ledesma, conhecido como Pakova, rumou para a praça localizada diante do Congresso. Lá, se juntou a centenas de pessoas que fazem uma vigília pela permanência no cargo do presidente.
- O Lugo está tranquilo. Nós estamos aqui para garantir a ordem constitucional - afirmou a Zero Hora, por telefone, o governador de San Pedro.
Pakova é banana no idioma guarani, segunda língua falada no Paraguai. O governador plantava e comecializava bananas antes de entrar na política, conduzido pela mão do então bispo Lugo. Daí o apelido de Pakova, que orgulhosamente ostenta. Ele é mentor político e financeiro de dezenas de organizações populares, a maioria formada por ex-seminaristas, que ajudaram a eleger Lugo.
- Hoje estamos na praça para garantir que ele continue no cargo, se for preciso - afirmou Pakova.
Pelas contas do governador, ele está acompanhado de centenas de campesinos. Caso aconteça uma radicalização da situação, o papel de Pakova irá crescer devido a suas conexões com as organizações populares, que, ao contrário do Brasil, onde a maioria dos movimentos é autônoma, no Paraguai eles são ligados a políticos que os mantêm economicamente.
Entre os movimentos ligados ao governador, há os militantes do Exército Popular Paraguaio (EPP), um grupo de ex-seminaristas que pegou em armas.
No início da tarde, Pakova descreveu o ambiente entre os populares na frente do Congresso como "muito calmo". Mas Assunção tornou-se a "cidade dos boatos". Comenta-se que estariam chegando vários ônibus vindos com campesinos de vários cantos do país para apoiarem Lugo. O que irá acontecer nas ruas de Assunção vai depender a decisão que for tomada pelos senadores e deputados paraguaios.
Tensão no Paraguai
Governador comanda campesinos no apoio a Lugo
Depois de reunir-se com Lugo, o governador de San Pedro vai para frente do congresso comandar a resistência ao impeachment do presidente
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