A legalização do consumo de drogas não é a resposta no combate ao narcotráfico no continente, indicou o presidente americano Barack Obama, neste sábado, ao responder ao crescente chamado na América Latina a debater a descriminalização como uma forma de diminuir a violência gerada pelos carteis.
Obama afimrou estar aberto ao debate, mas destacou que não crê que isto leve a um acordo favorável à legalização do consumo de drogas:
- Eu, pessoalmente, não estou de acordo que (a descriminalização) é uma solução para o problema, mas creio que, devido às pressões que muitos governos recebem aqui, com recursos escassos, pressionados pela violência, é totalmente compreensível que busquem novos enfoques, e queremos cooperar com eles.
O presidente americano sustentou sua postura durante uma reunião de mandatários do hemisfério, antes da inauguração oficial da 6ª Cúpula das Américas que acontece em Cartagena, na Colômbia. Obama disse que a resposta aos carteis de drogas é ter sociedades com economias fortes, estado de direito e uma sólida estrutura de ordem pública. Salientou ainda que a responsabilidade recai também aos países que são destinos importantes da rota de entorpecentes e que devem reduzir a demanda de narcóticos ilegais.
- No primeiro encontro com o presidente (mexicano Felipe) Calderón, que obviamente está comprometido com a batalha contra os narcotraficantes dentro de seu próprio país, tivemos esta discussão. Ele me disse que os Estados Unidos têm que ser um sócio neste processo, porque é certo que somos um dos principais mercados para o tráfico de drogas que acontece na América Latina, Central e no Caribe, e por isso estamos investindo milhões de dólares desde que assumi o cargo em programas de tratamento contra as drogas, programas de prevenção, tratando-o como um problema de saúde pública de modo que possamos reduzir a demanda - afirmou.
Obama também destacou que o esforço dos Estados Unidos na Colômbia é um exemplo do progresso alcançado no campo da segurança pública.