Bombas, mísseis, tiros. Prédios sem uma parede intacta. Armadilhas, fome, sede. Caos urbano e rural, diversos chefes e nenhum líder, ausência de autoridade no combate ao autoritarismo. Desespero. Chacinas e campos de extermínio. Zero Hora testemunhou tudo isso em três incursões à Líbia este ano, no começo e no ápice da maior rebelião dentre todas as que marcaram a "primavera árabe" deste histórico 2011.
ZH desembarcou pela primeira vez em território líbio em fevereiro, quando o ditador Muamar Kadafi, ainda com plenos poderes, ordenava o bombardeio contra multidões que contestavam seus 42 anos de ditadura. Dois repórteres, um pela fronteira com a Tunísia, outro pela fronteira com o Egito, vivenciaram o início desta que foi a mais sangrenta rebelião da onda de contestações que sacudiu o mundo árabe.
Desde a Tunísia, o repórter Rodrigo Lopes foi de carona com guerrilheiros à cidade líbia de Nalut. Do Egito, eu entrei na Líbia pela fronteira leste, com carro locado, e de lá me dirigi ao front, na cidade petrolífera de Ras Lanuf, onde acabei ferido em um acidente durante um bombardeio.
Seis meses depois, quando os rebeldes cercaram Trípoli para a etapa final da guerra civil, voltei à Líbia. Foram dois dias de avião, ônibus e carona de carro, dormindo no chão de escolas islâmicas, até ingressar na capital líbia, ainda com combates entre revolucionários e governistas. Prato cheio para jornalistas, ansiosos por registrar ao vivo uma revolução do início ao fim. Zero Hora foi um dos primeiros jornais a acompanhar a tomada do aeroporto pelos rebeldes e a fotografar a luxuosa suíte mantida por Kadafi em seu avião particular.
>>> Leia a reportagem completa na Zero Hora deste domingo
Notícia
Líbia em guerra: a revolução vista por dentro
Zero Hora mostra como líbios lutam para sobreviver ao conflito que sacode o país e levou à queda de Muamar Kadafi
Humberto Trezzi / Brasília
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