Morreu nesta quarta-feira (28), em Porto Alegre, o jornalista Ercy Pereira Torma, aos 86 anos. Ex-presidente da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI) e atual conselheiro da entidade, Ercy foi vítima de um infarto.
A ARI, por meio de nota, manifestou "profundo pesar pelo falecimento de seu conselheiro e ex-presidente". O presidente do conselho da entidade, Batista Filho, destaca que Ercy tinha como uma de suas principais características ser um homem conciliador.
— Do ponto de vista pessoal, Ercy era um homem agregador. Em seu trabalho, buscava entender as demandas das comunidades e tentava promover resoluções, sem falsas promessas e procurando engajar as pessoas — declara Batista.
Natural de Rio Grande, nascido em 24 de agosto de 1934, começou no jornalismo escrevendo nos jornais locais Cruzeiro do Sul e O Peixeiro. Em sua cidade natal, Ercy atuou também nas rádios Cultura Riograndina e Minuano antes de se transferir para Porto Alegre, mudança que ocorreu em 1968.
Na Capital, iniciou como repórter da editoria policial no jornal Diário de Notícias. Após, teve passagem pelas rádios Farroupilha, Difusora e Gaúcha até ingressar no quadro de Zero Hora, onde trabalhou durante 25 anos. Além de trabalhar na seção de segurança pública, Ercy atuou durante um período como coordenador de repórteres correspondentes do interior do Estado. Em 1994, Ercy se aposentou, mas seguiu atuante no jornalismo.
Entre 1996 e 2006, Ercy presidiu a ARI. Em sua gestão, buscou ampliar a atuação social da entidade, que passou a se envolver mais em debates da sociedade. Uma marca de seu trabalho foi a criação do Fórum das Águas – hoje Fórum de Gestão Ambiental –, que ocorre anualmente, juntamente com outras entidades, para discussões sobre o tema.
O jornalista Antônio Goulart, que foi membro da diretoria da ARI na gestão de Ercy, salienta a importância da iniciativa:
— Porto Alegre chegou a sediar um Fórum Internacional das Águas, em uma época em que os assuntos sobre o meio ambiente não eram muito difundidos na sociedade.
Apesar das dificuldades, especialmente financeiras, Ercy também batalhou pela manutenção do tradicional Prêmio ARI, que a entidade entrega em reconhecimento ao trabalho de profissionais e veículos de imprensa do Estado.
Ercy deixa a esposa, Nívia, e os filhos Janine, Jeferson e Juvane, de seu primeiro casamento. Deixa ainda um legado de defesa da liberdade de imprensa e de amor ao jornalismo.
Os atos fúnebres ocorrem a partir das 17h desta quarta-feira no cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre. O enterro ocorre nesta quinta-feira (29), às 10h30min.